Monday, May 20, 2024
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Atletismo em Moçambique

A sequência de abandono de colonos de Moçambique para outros lugares e políticas
vigentes na altura e para incentivar a prática desportiva, o 1º Presidente da República Popular de Moçambique independente, Samora Moisés Machel, reuniu-se com os atletas no então parque José Cabral da Mocidade Portuguesa onde apelou a prática do desporto em especial atletismo e ainda recomendou (instituiu) a prática do desporto nas empresas assim como as empresas se deviam associar aos clubes para a sobrevivência destes pois os sócios haviam reduzido e ou mesmo abandonados os clubes, assim com essa orientação muitas empresas estatais, assumiram o apoio aos clubes. Desde 1977 desencadeou-se a massificação do desporto nas escolas, bairros e empresas conseguiu levar o desporto para os clubes incluindo o atletismo.
Assim nasceram novos clubes tais como Matchedje, Sabrina, Rodoviário, EMA-Chimoio,
Núcleo Desportivo de T3, Avícula de Chimoio, Estrela Vermelha (junção de clube da
Malhangalene e Indo-Portugues). Com a integração dos clubes nas empresas melhorou a
participação dos atletas em competição e a própria competitividade. Reabilitou-se o Parque José Cabral (ampliou-se a pista, renovou-se a pista de cinza e tiraram-se as árvores que estavam dentro do campo) e inaugurou-se o complexo com o nome Parque dos Continuadores. A pista que era de cinza durou até 1998 e fez-se a segunda reabilitação transitando de cinza para tartan.
Em paralelo com a massificação do desporto desde 1977, foram se melhorando os modelos
de formação dos professores de Educação Física para assegurar o ensino da actividade física e prática desportiva no âmbito dos Jogos Escolares. Em 1978, foi criada FMA, filiada na Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), presidida por sr. Óscar de Carvalho, promove a primeiro Campeonato Nacional.
Nos anos Após a independência era preocupação política e exigia-se a presença de
Moçambique em competições internacionais sobre tudo nos Jogos Olímpicos, deste ponto de vista apareceram novos atletas tais como Vicente Daniel, Atomane Rajá, Carlos Fornasini, Constantino Reis, Paulo Noronha, Emílio Tembe, Pedro Mulomo, Loforte, mais tarde, Lurdes Mutola, Argentina Da Glória, Curti Couto entre outros tantos. Entre 1980 e 1982, desintegrou-se a direcção da Associação de Atletismo da Cidade do Maputo presidida pelo sr Pais que acumulava experiência como treinador, por motivos pouco claros.
O poeta José Craveirinha fez jus ao seu saber de treinador ao encaminhar Maria de Lurdes
Mutola do futebol para o atletismo pois foi atleta e posteriormente treinador no clube Atlético
Nacional no tempo de colónia de Moçambique e treinava os atletas Marcelino dos Santos, Wilson e outros no campo de Mahafil. O atleta que se destacou pela longevidade na prática desportiva se não mesmo uma vida dedicada à modalidade que aos 16 anos de idade já se destacava nas provas de velocidade e salto em comprimento, competiu até aos 46 anos seu nome é Stélio Craveirinha filho do poeta mor José Craverinha, fez a transição antes e depois da Independência de Moçambique sempre no Grupo Desportivo de Maputo, 1º treinador da atleta Lurdes Mutola nos anos 80, continua treinador no activo actualmente e é referência em Moçambique. Eduardo Costa é outro dos atletas que fez transição antes e depois da independência e se destacava nos 100 m, 200 m, 400 m, 800 m e sobre tudo no salto em comprimento com a marca de 6.98 m aos 16 anos.
Competições em que Moçambique participou e resultados conseguidos ao longo dos anos
Moçambique participa com regularidade em os Jogos Africanos e Jogos da CPLP, Jogos da
Commonwealth (único país que não fala língua anglosajona) e o atletismo tem contribuído muito para a classificação geral e com alguns destaques nos resultados. A Federação Moçambicana de Atletismo (FMA) publicou no Wikipedia os recordes nacionais de atletismo.
Nestas estatísticas vinculados aos record nacionais reconhecidos, se realça os 9 record (200
m, 400 m, 600 m, 800 m, 1000 m, 1500 m, Mile, 2000 m e 3000 m) em Estádio ar livre e 3 record (800 m, 1000 m, 1500 m) em Pista coberta, da atleta maior do Moçambique Maria Lurdes Mutola, um deles, record mundial em 1000 m com tempo de 2:29.34 realizado o 25 Agosto 1995 no Memorial Van Damme (Brussels, Belgium).
A qualidade das marcas representam percentagens muita separadas das melhores marca
mundiais e da região, amostras disso é que nos Ranking mundiais consultados não aparece atleta algum entre os 100 classificados, situação que coloca ao atletismo moçambicano em uma situação muito desvantajosa em suas aspirações do menos participar decorosamente em umas olimpíadas ou mundiais.
Também se observam record e marcas muito pobres que geralmente possuem mais de 10
ânus, o que reflete o estancamento e retrocesso deste desporto cujas potencialidades humanas não se foi capaz de desenvolver no país em relação com outros países africanos, com iguais ou piores condicione para sua prática e desenvolvimento.

Moçambique e os Jogos Olímpicos

Moçambique participou da XXII edição Moscovo 1980, XXIII edição Atlanta1984, XXIV
edição Seul 1988, XXV edição Barcelona 1992, XXVI edição Atlanta 1996, XXVII edição Sídney 2000 até aos dias de hoje representando-se regularmente nas competições de atletismo. A modalidade atingiu o auge de representatividade com a atleta Maria de Lurdes Mutola (nasceu a 27 de outubro de 1972 no bairro de Chamanculo – arredores da cidade de Maputo) cuja história assim se relata, não tendo sido aceite a sua participação no campeonato de futebol de juniores masculinos, com 14 anos inicia-se no atletismo e fez ao longo de mais de 10 anos alta competição a níveis dos Campeonatos Africanos, das Olimpíadas, dos Mundiais e Meeting Internacional com profissionalismo.
É a primeira moçambicana a ganhar uma medalha de ouro para Moçambique sagrando-se
campeã dos 800 m rasos nos Jogos Olímpicos de Sidney 2000, além da honrosa medalha de Bronze em Atlanta 1996, detém o recorde do Mundo dos 1000 metros em pista coberta e em pista aberta, recorde africano dos 1000 metros em pista aberta e o recorde africano dos 800 metros em pista aberta. Maria de Lurdes Mutola para as suas categorias é detentora até então de todos os recordes de Moçambique. Desde 2000 toma parte na Comissão de Atletas do Comité Olímpico Internacional, posição que ocupa até hoje.
A atleta era pequena de estatura mas de somatotipo forte (162 cm de altura e 61 kg de peso). Nasceu no bairro de Chamanculo da cidade de Maputo e desde criança foi ligada nos desportes. Não tendo sido a sua participação aceita no campeonato de futebol de juniores masculinos, com 14 anos inicia-se no atletismo. Filha de pai operário dos serviços portuários e caminhos de ferro e mãe doméstica, Maria de Lurdes Mutola é de família humilde. Em 1988, beneficia da bolsa de solidariedade olímpica para os países do terceiro mundo e
passa a residir no estado do Oregon, Estados Unidos, onde frequenta e conclui o Liceu. Desde então, não parou de correr e já venceu uma centena de provas internacionais, colocando-se entre os maiores do atletismo internacional.
Mutola detém o recorde mundial dos 1000 metros em pista coberta e em pista aberta, recorde Africano dos 1000 metros em pista aberta, recorde Africano dos 800 metros em pista aberta. Em 1995 consagra-se vencedora do Grande Prémio da IAAF – Federação Internacional de Atletismo Amador.
Foi três vezes campeã africana (uma das quais em 1500 metros), e duas vezes no campeonato dos Jogos Pan-Africanos.
A menina que queria ser futebolista tornou-se campeã de atletismo e a primeira
moçambicana a ganhar uma medalha de ouro para Moçambique.
Em 2000 foi eleita para tomar parte na Comissão de Atletas do Comité Olímpico
Internacional, posição que ocupa até hoje. Maria de Lurdes Mutola é detentora de todos os recordes de Moçambique para as suas categorias. Sua carreira desportiva indica que em:
Ano 2003
• Campeã Mundial dos 800 metros – Edmonton/ Canadá – Pista Aberta • Campeã Mundial
dos 800 metros – Lisboa/ Portugal – Pista Coberta • Vencedora do Meeting do Mónaco/ Espanha – 800 metros pista • Vencedora do Meeting de Zurique/ Suíça – 800 metros pista • Vencedora do meeting de Paris/ França – 1000 metros pista aberta • Vencedora do Meeting de Nova Iorque/ USA – 800 metros • Vencedora do Meeting de Eugen/ USA – 800 metros • 2ª Classificada no Meeting de Oslo/ Noruega – 800 metros • 2ª Classificada no Meeting de Paris/ França – 800 metros.
Ano 2000
• Campeã Olímpica dos 800 metros – Sydney/ Austrália – 800 metros • Vencedora do Meeting de Bruxelas/ Bélgica – 800 metros.
Ano 1999
• Vencedora do meeting de Estocolmo/ Suécia – recorde dos 1000 metros em pista coberta Vencedora do meeting de Zurique/ Suíça – 800 metros.

Ano 1992
• Vencedora do Meeting de Havana/Cuba dos 800 metros • Vencedora do Meeting de
Barcelona/ Espanha 1500 metros • 9.ª Classificada nos Jogos Olímpicos de Barcelona/ Espanha – 1500 metros • 5.ª Classificada nos Jogos Olímpicos de Barcelona/ Espanha – 800 metros • Vencedora do Meeting de Eugene/ EUA – 2000 metros.

Ano 1991
• 4.ª Classificada nos Campeonatos Mundiais de Atletismo Tóquio/ Japão – 800 metros •
Vencedora do Meeting de Eugene/ EUA – 1500 metros • Vencedora do Meeting de Springfield/ EUA – 3000 metros.
Ano 1990
• Vencedora do Meeting de Springfield/ EUA – 5000 metros Ano 1988
• 7.ª Classificada nos Jogos Olímpicos de Seul/ Coreia do Sul- 800 metros • Campeã Moçambicana de Atletismo. Outra atleta moçambicana destacada foi Argentina da Gloria deixou suas marcas na alta competição porém no ano 2002, acusou positivo num controle anti-doping numa das competições em que participou nos Estados Unidos de América e foi ouvida pela Federação Moçambicana de Atletismo. Curt Couto é também um dos atletas Moçambicano que foi dando o seu contributo nos JO e Mundiais representando Moçambique. Actualmente é no desporto paralímpico onde se tem conseguido sucessos para Moçambique com a atleta Maria Muchavo da classe T-12 sendo detentora do recorde africano nos 100 m com o tempo de 13 segundos e 11 centésimos estabelecido nos mundiais de atletismo para deficientes em Lyon em Julho de 2013 por outro lado o atleta Gildo Zacarias competiu no atletismo na categoria T11 na prova dos 400 m e atingiu a final tendo ficado na oitava posição. A atleta Edmilsa Governo outra de entre os melhores atletas no mundo conquistou a medalha de ouro nos Jogos Africanos de Brazzaville, República do Congo e medalha de bronze nos 400 mnos Jogos Olímpicos de Rio de Janeiro 2016 e medalha de prata nos Paralímpicos de Londres 2017.

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