Desde o início dos anos 90, Moçambique tem testemunhado um aumento na sobrevivência infantil até aos cinco anos de idade, refletindo avanços significativos na diminuição da mortalidade infantil e alcançando o quarto Objetivo de Desenvolvimento do Milénio. Contudo, persistem desafios notáveis, especialmente no que se refere às desigualdades marcantes nos indicadores de saúde das crianças nas regiões mais desfavorecidas, como a província da Zambézia, e entre as populações com menor nível de educação e renda, onde os progressos são menos evidentes em comparação com outras áreas do país. A mortalidade neonatal constitui agora uma proporção maior da mortalidade infantil, visto que o declínio nas mortes maternas e neonatais estagnou na última década. A desnutrição ainda é um fator preponderante nas causas de morte infantil. Além da malária, o HIV/SIDA representa uma causa importante de morbidade e mortalidade infantil, exigindo atenção contínua desde a infância até a adolescência. As adolescentes têm uma probabilidade três vezes maior de contrair HIV em comparação com os rapazes. O desafio iminente para os próximos programas é abordar o contraste entre o HIV/SIDA e a mortalidade infantil, considerando que, apesar de as novas infecções por HIV serem uma preocupação, as crianças em famílias pobres e em áreas rurais do norte continuam a ter uma taxa de mortalidade desproporcionalmente alta.
Prioridades do programa Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM)
O sector de saúde continuará a construir sobre os avanços significativos alcançados durante a era dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), um período que viu uma redução de 67% na mortalidade de crianças menores de cinco anos, cumprindo assim o quarto objetivo dos ODM.
Contudo, com a persistência de uma taxa onde 1 em cada 12 crianças ainda morre antes de atingir cinco anos, é imperativo prosseguir esforços para erradicar a mortalidade infantil evitável, conforme estabelecido nos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A UNICEF está comprometida com este objetivo, focando-se especialmente na mortalidade neonatal, que atualmente representa mais de um terço do total de mortes infantis, e trabalhando para melhorar os resultados nas comunidades mais desfavorecidas, assegurando que todas as crianças possam aproveitar os benefícios do desenvolvimento de Moçambique. Para alcançar êxito, a UNICEF centrará seus esforços na ampliação das intervenções de saúde materna, infantil e neonatal, onde a comunicação para o desenvolvimento (CpD) é essencial para o sucesso de todas as iniciativas de saúde.
As principais áreas de apoio destinam-se a:
- Fornecer serviços integrados de saúde materna e neonatal de qualidade.
- Equipar melhor os profissionais de saúde a nível das unidades sanitárias e das comunidades como forma de estimular a procura de serviços de saúde integrados de qualidade.
- Identificar, inscrever e tratar crianças com desnutrição aguda grave.
- Apoiar a política, estratégia, planos e orçamentos do sector da saúde.
- Apoiar as mulheres grávidas e lactantes e crianças seropositivas para que adiram ao tratamento do HIV e serviços relacionados.