A gigante da navegação AP Moller-Maersk, estima que a indústria naval neste trimestre gaste 15% a 20% da sua capacidade de navios da Ásia para a Europa navegando para o sul de África para evitar o Mar Vermelho.
Os efeitos do conflito na região “estão a agravar-se”, disse a empresa de navegação com sede em Copenhaga aos seus clientes num comunicado divulgado na segunda-feira, 06/05, repetindo comentários feitos no seu relatório financeiro divulgado na semana passada.
As linhas de abastecimento mundiais têm sido afectadas desde meados de Novembro por ataques de militantes Houthi no Mar Vermelho, que reduziram o trânsito de contentores através da principal via navegável do Canal de Suez em cerca de 80%, segundo estimativas da Bloomberg Intelligence. A Maersk, que foi vítima de ataques antes de redireccionar toda a sua frota em Janeiro, disse na semana passada que espera que o conflito dure pelo menos até ao segundo semestre do ano e possivelmente até todo o ano de 2024.
As taxas spot de contentores para envios da China para o Mediterrâneo Oriental aumentaram 3% na semana passada, o valor mais elevado desde meados de Janeiro, indicando que a escassez de capacidade pode estar a arrastar-se por mais tempo do que o esperado.
A Maersk informou aos seus clientes na segunda-feira, 06/05, que gasta cerca de 40% mais combustível por viagem quando navega para o sul de África e que as taxas de fretamento são actualmente três vezes mais elevadas do que o normal, muitas vezes fixadas por até cinco anos. A gigante da navegação também informou que alugou mais de 125 mil contentores adicionais para aliviar as restrições logísticas.
Fonte: O Económico
