Zona de Comércio Livre Africana pode atrair mais investimentos para o país

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O Governo quer que o sector privado tenha domínio do acordo e dos protocolos da Zona de Comércio Livre Continental Africana, a fim de garantir uma boa competitividade com as empresas dos outros países-membros, assim como a atracção de investimentos.O Governo de Moçambique aprovou, recentemente, a resolução que aprova a estratégia nacional de implementação do acordo que cria a Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA).O acordo permitirá, entre vários aspectos, que Moçambique possa fazer parte da iniciativa de Comércio Intra-africano Guiado para Mercadorias, que visa criar verdadeiras oportunidades em África, através dos operadores económicos dos países que já submeteram as suas ofertas tarifárias e que já realizam transacções comerciais nas seguintes cadeias de valor de produtos: azulejos cerâmicos, pilhas, hortícolas, abacates, flores, fármacos, óleo de palma, chá, borracha e componentes de aparelhos de ar-condicionado.Esta terça-feira, 150 delegados de estados africanos reuniram-se em Maputo para fazer a apreciação dos protocolos para o comércio realizado por mulheres e jovens e comércio digital.“Esta reunião é para afinar parte dos documentos destes acordos e, felizmente, tivemos a oportunidade de acolhê-la e não só. Serviu, igualmente, para mostrar qual é o nível de desenvolvimento que o país tem e qual é a nossa expectativa em relação à implementação deste acordo”, disse o ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno.Silvino Moreno garante que, ao fazer parte deste grupo, o país só sai a ganhar.“Nós estamos a falar de um mercado com cerca de 1,4 biliões de consumidores. Quando se é parte deste acordo, os produtos de Moçambique podem passar para qualquer país africano sem qualquer tipo de restrições. Isto é uma grande oportunidade, não só para as empresas, mas também para a população. Os nossos produtos agrários, pesqueiros e manufacturados podem ter acesso a um mercado maior do que têm agora”, explicou Moreno.O governante destacou, ainda, que o acordo servirá de catalisador para a atracção de investimentos.“As grandes empresas mundiais podem estabelecer as suas fábricas em Moçambique e facilmente ter acesso ao mercado africano, contra um mercado pequeno, que é o nosso, de cerca de 30 milhões de habitantes.”Com a oferta tarifária já submetida ao grupo há cerca de um mês, o Governo espera que Moçambique seja membro efectivo até ao próximo mês de Setembro, daí que deixa um apelo ao sector privado.“Nós estamos a fazer o que está ao nosso alcance para que o sector privado conheça as regras e se aproprie do que diz o acordo, assim como do conteúdo do protocolo, no sentido de estar ao mesmo nível dos sectores privados dos outros países.”A Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) tem o potencial de trazer ganhos económicos e sociais significativos para a região, conduzindo a maiores rendimentos, menos pobreza e crescimento económico mais rápido.Se for plenamente implementado para harmonizar as regras de investimento e concorrência, o acordo comercial poderá impulsionar os rendimentos regionais em até 9 por cento, para 571 mil milhões de dólares. Poderia criar quase 18 milhões de empregos suplementares, muitos dos quais mais bem pagos e de melhor qualidade, sendo as mulheres trabalhadoras as que obtêm os maiores ganhos. Até 2035, o resultado do crescimento do emprego e dos rendimentos poderia ajudar até 50 milhões de pessoas a sair da extrema pobreza.A implementação do acordo comercial levaria, também, a maiores ganhos salariais para as mulheres e trabalhadores qualificados. Os salários das trabalhadoras deverão ser 11,2% mais elevados em 2035, em comparação com o nível salarial sem o acordo, ultrapassando o crescimento de 9,8% dos salários dos trabalhadores masculinos.

Fonte:O País

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