Metade do mandato do PR: Diálogo inclusivo e apelos à produção de alimentos

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A POSTURA dialogante do Presidente da República tem estado a contribuir para a transformação das dificuldades em soluções dos problemas que o país enfrenta, segundo opinião expressa por cidadãos entrevistados ontem a propósito da metade do mandato do Chefe do Estado.

Segundo afirmaram, durante os dois anos e meio do seu mandato, o Presidente da República soube ser fiel ao seu compromisso assumido na cerimónia de tomada de posse, de que a paz era prioridade da sua governação, apostando no diálogo inclusivo com todas as forças vivas da sociedade, incluindo os partidos políticos.

A despeito de factores como as hostilidades militares e as calamidades naturais que se abateram sobre o país, como a seca nas regiões sul e centro e chuvas e inundações no norte, associados ao contexto económico internacional de dificuldades, Nyusi soube “segurar o barco” e conduzi-lo a bom porto, sendo hoje visíveis e inequívocos os sinais de recuperação, o que reforça a afirmação segundo a qual Moçambique está de volta, feita pelo Presidente da República.  

Filipe Nyusi encarou, desde logo, que, tal como a paz e estabilidade são elementos fundamentais para o progresso do país, a aposta na produção de comida era, igualmente, importante para garantir a diversificação da dieta alimentar dos moçambicanos, para torná-los saudáveis e fortes para trabalhar e, deste modo, gerar riqueza. Aliás, trata-se de apostas que constam do seu manifesto sufragado nas eleições de 2014 e transformado em Programa Quinquenal do Governo.

Entretanto, mesmo tendo em conta os resultados palpáveis registados em diversos domínios durante a metade do mandato do Presidente da República, os nossos entrevistados apontaram alguns problemas que devem ser tomados em consideração na segunda metade do mandato, sobretudo nas áreas da Educação e Saúde, particularmente da mulher.

Inspirou a população ao trabalho

O ACADÉMICO Guilherme Kulyumba descreveu o Presidente Nyusi como sendo uma figura preparada para orientar na busca de soluções para os problemas do povo, facto que alimenta a esperança e confiança de que melhores dias virão.

Segundo afirmou, com os seus métodos de trabalho e discursos insistentes sobre a necessidade de aproveitar os momentos de turbulência para adoptar novas formas de encarar as dificuldades, foi possível mobilizar a população a engajar-se na produção de comida e resolver a questão da insegurança alimentar.

“A sua maneira de governação inspirou a população a envolver-se no trabalho e fazer face ao elevado custo de vida. Os resultados alcançados demonstram que a mensagem foi devidamente acatada, sendo por isso necessário que o povo continue a engajar-se na produção de comida, aproveitando as condições existentes. Para além de resolver os problemas de alimentação, com a elevação da produção, será possível ter excedentes que poderão ser vendidos a fim de ganhar dinheiro para comparar o que falta nas famílias”, disse Kulyumba, manifestando crença de que o segundo mandato do Presidente Nyusi vai trazer novos avanços.

A sua expectativa é que todas as áreas se restabeleçam e a vida dos moçambicanos volte à normalidade, o que só será possível com uma rápida recuperação económica que tenha impacto directo na vida da população e o alcance da paz efectiva no país.

Estratégias acertadas

A INSTABILIDADE que tomou o país no princípio do mandato e a questão financeira são factores fulcrais que determinaram a postura adoptada pelo Presidente Filipe Nyusi, segundo o académico Gulamo Taju.

Sublinhou que o Presidente da República precisou de uma capacidade de compreender a situação e desenhar as estratégias acertadas, sobre como devia lidar com a situação das negociações para a paz, depois que as comissões criadas não lograram avançar muito nesta vertente.

Preocupado com a situação e sempre fiel ao seu compromisso, tomou a iniciativa de tornar possível o diálogo directo com o líder da Renamo sem intermediários, e tudo indica que a paz definitiva será uma realidade no país.

De acordo com Gulamo Taju, um aspecto novo que o Presidente Nyusi trouxe nesta sua nova abordagem sobre a paz é a ideia de que não se deve ter complexo de superioridade ou de inferioridade, mas todos se sentirem importantes para o processo.

“Isto aumentou a confiança entre as partes, e o Presidente da República deve ter capacidade de influenciar os seus colaboradores a caminharem com ele. É um político hábil e jovem que está a conduzir bem o processo. Quando pede paciência é que as questões da descentralização e da integração devem ser bem encaminhadas e tornadas públicas, para demonstrar transparência”, disse o académico.

Sobre as questões militares, Gulamo Taju afirmou que, se o processo for bem encaminhado, não haverá problemas, pois os militares respeitam as ordens de comando.

“Muitas vezes, os que originam a guerra não são os militares, porque eles precisam de se manter vivos, e aqueles que já estiveram na frente de combate não querem lá voltar. Acredito que com esta postura do Presidente da República, que transmite confiança, teremos bom desfecho. A perspectiva é que o processo de descentralização seja bem concluído, para a criação das autonomias que se pretendem. Os ganhos são visíveis com as autarquias, onde temos novos serviços a favor dos cidadãos”, defendeu, acrescentando que, com a confiança que se está a criar com os parceiros económicos, há condições para que os próximos dois anos e meio sejam de superação de obstáculos.

Maior espaço para a mulher

A ACTIVISTA da Liga Feminina do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) Sónia Mboa considerou que todas as turbulências que ocorrem na sociedade afectam directamente a mulher, sendo por isso necessário tomá-la em consideração na busca de soluções.

Segundo afirmou, logo no início do mandato do Presidente da República, o país viveu uma subida galopante do custo de vida, cujas consequências recaem principalmente sobre a mulher, que tem a responsabilidade de manter a família.

Acrescentou que a deterioração das condições de vida dos moçambicanos teve reflexos no trabalho infantil, havendo menores que se empregarem a qualquer custo para ajudar na renda familiar.

Na esfera política, a entrevistada afirmou que as mulheres se sentem excluídas do processo de busca da paz, numa situação em que ela é quem mais sofre com a guerra.

Porém, sublinhou os avanços assinaláveis que se estão a registar no processo de busca da paz, indicando que, ao ritmo em as coisas estão a evoluir, ela será definitiva.

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/politica/69565-metade-do-mandato-do-pr-dialogo-inclusivo-e-apelos-a-producao-de-alimentos.html

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