Em um movimento estratégico para fortalecer e diversificar as opções de financiamento no mercado de capitais, a Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) anunciou uma série de novos produtos financeiros que prometem transformar o cenário das alternativas de financiamento na economia moçambicana. Entre as inovações, destacam-se as obrigações municipais, as obrigações sustentáveis, as obrigações de renda, as obrigações universitárias e os certificados de depósito.
Obrigações Municipais
As obrigações municipais surgem como uma resposta direta à necessidade de financiamento para infraestruturas urbanas e projetos municipais. Essas obrigações serão garantidas pelas transferências mensais do Estado aos municípios, proporcionando uma base segura para investidores. Os recursos captados serão destinados a projetos urbanísticos, parques industriais e tecnológicos, promovendo o desenvolvimento urbano e a modernização das cidades moçambicanas.
Obrigações Sustentáveis
Em consonância com as tendências globais de investimento responsável, a BVM planeja introduzir as obrigações sustentáveis, que incluem os Green Bonds, Blue Bonds e obrigações de responsabilidade social. Esses títulos são projetados para financiar iniciativas que promovam a sustentabilidade ambiental, como a preservação da biodiversidade, o desenvolvimento de infraestruturas sustentáveis e a expansão das energias renováveis. Esta categoria de investimento não só atrai capital, mas também alinha os interesses econômicos com os objetivos de desenvolvimento sustentável do país.
Obrigações de Renda
As obrigações de renda representam uma abordagem inovadora, onde a rentabilidade decorre da valorização ou rendimento de um ativo específico, em vez de uma taxa de juros fixa. Estes instrumentos são ideais para projetos que geram renda contínua, como portagens de estradas, pontes, projetos imobiliários e habitacionais. Este modelo de financiamento oferece aos investidores uma alternativa atrativa, com potencial de retorno baseado no desempenho dos ativos financiados.
Obrigações Universitárias
Reconhecendo o papel crucial das instituições de ensino superior no desenvolvimento econômico, a BVM introduzirá as obrigações universitárias. Estas serão emitidas por universidades e garantidas pelas suas receitas, como propinas, estudos, consultorias e projetos diversos. Com essa iniciativa, as universidades poderão captar recursos necessários para expandir suas infraestruturas, promover a pesquisa e desenvolver novos programas educacionais, contribuindo para a formação de um capital humano qualificado.
Certificados de Depósito
Os certificados de depósito visam assegurar liquidez aos produtores e facilitar o comércio de mercadorias. Estes instrumentos financeiros garantirão a disponibilidade de mercadorias, encorajando as exportações e proporcionando uma maior segurança aos produtores. Esta inovação promete dinamizar o setor agrícola e outros segmentos produtivos, ao facilitar o acesso ao capital necessário para expansão e operação eficiente.
Compromisso com o Futuro
Estas iniciativas refletem o compromisso da BVM em ampliar as opções de financiamento disponíveis para diversos setores da economia moçambicana. Ao introduzir produtos financeiros inovadores e sustentáveis, a BVM não só responde às necessidades imediatas do mercado, mas também se posiciona como um agente de mudança para o desenvolvimento econômico sustentável de Moçambique.
Segundo Salim Cripton Valá, Presidente do Conselho de Administração da BVM, “Os novos produtos financeiros que estamos introduzindo são projectados para atender às necessidades diversificadas de financiamento da nossa economia. Com as obrigações municipais, sustentáveis, de renda, universitárias e os certificados de depósito, estamos a criar mecanismos que não só oferecem alternativas viáveis de financiamento, mas também promovem o crescimento sustentável e inclusivo de Moçambique.”
As novas opções de financiamento têm o potencial de atrair investidores nacionais e internacionais, promover o crescimento económico e contribuir para a construção de um futuro mais próspero para o país.
Fonte: O Económico
