O dólar americano manteve-se firme nesta quinta-feira, 29 de Fevereiro, antes dos dados de inflação dos EUA que podem afectar as perspectivas das taxas de juros, enquanto o iene encontrou seu equilíbrio após comentários de um funcionário do Banco do Japão sugerindo a necessidade de sair de políticas ultra-fáceis.
A bitcoin manteve-se em alta, tendo ultrapassado os 63.000 dólares durante a noite, à medida que se apodera de uma onda de dinheiro que corre para os novos fundos negociados em bolsa da bitcoin nos EUA. Subiu mais de 45% este mês, seu maior ganho desde Dezembro de 2020 e um recorde de alta acima de US$ 69,000 está à vista. A última vez foi em US$ 61,315.
O iene foi espremido porque os investidores veem taxas de curto prazo próximas de zero no Japão e taxas de juros teimosamente altas nos EUA e na Europa – levando à venda na moeda japonesa para obter melhores retornos em quase todos os outros lugares.
O iene caiu 2% em relação ao dólar em Fevereiro e 2,7% em relação ao euro – a maior queda mensal em relação à moeda comum desde Junho passado, que o levou a mínimos de três meses.
Na quinta-feira, 29 de Fevereiro, o iene fortaleceu-se 0,60% para 149,77 por dólar, depois de Hajime Takata, membro do conselho do Banco do Japão (BOJ), ter dito que o banco central deve considerar a revisão da sua política monetária ultra-frouxa, incluindo a saída das taxas de juro negativas e o controlo do rendimento das obrigações.
“Os mercados têm-se mostrado pouco optimistas em relação ao momento em que o BOJ vai agir… As observações de Takata devem aumentar a convicção de que uma subida mais cedo do que o esperado na reunião de Março não deve ser excluída”, disse Christopher Wong, estratega cambial do OCBC Bank.
“Com os shorts JPY em alta recorde, o desenrolar dos shorts deve ver os ursos JPY correrem para se proteger.”
O iene enfraqueceu para 150.68 por dólar no início da sessão, cada vez mais perto do nível mais fraco de Outubro em 151.74 e muito perto dos preços que levaram à intervenção do governo em 2022.
O principal diplomata do Japão, Masato Kanda, falando à margem da reunião dos líderes financeiros do G20 em São Paulo, lembrou aos comerciantes que o governo está a observar os movimentos da moeda “com um forte sentido de urgência” e está pronto para responder.
O dólar neozelandês registou perdas com as apostas de que a subida das taxas no país está terminada. O dólar neozelandês esteve pela última vez a US$ 0,6104, tendo caído 1,2% em relação ao dólar, depois de o banco central ter mantido as taxas e surpreendido os mercados com um ajuste em baixa na sua previsão de taxas.
“A opinião geral do Banco da Reserva da Nova Zelândia é que o risco de novas subidas das taxas diminuiu, o que reforça a nossa opinião de que a taxa de juro atingiu o seu máximo neste ciclo actual”, afirmou Sue Ann Lee, economista do UOB.
A medida de inflação preferida da Federal Reserve – o índice de preços do núcleo das despesas de consumo pessoal (PCE) – deverá ser divulgada na quinta-feira e as previsões apontam para um aumento de 0,4%.
Ainda não há muito tempo, os investidores esperavam apenas um aumento de 0,2%, mas as leituras elevadas dos preços no consumidor e no produtor sugerem que o risco é de um resultado tão elevado como 0,5%.
“Um deflactor PCE mais forte do que o esperado pode fazer com que os mercados reduzam ainda mais os preços para um corte nas taxas de Maio, apoiando o dólar americano”, disse a estratega cambial do Commonwealth Bank of Australia, Kristina Clifton.
Os mercados prevêem cerca de 20% de hipóteses de uma flexibilização da Fed em Maio, e adiaram o momento provável de um corte para Junho. Os futuros implicam um pouco mais de três cortes de 25 pontos base este ano, em comparação com cinco no início do mês.
Em Fevereiro, o dólar australiano desceu 1,1%, influenciado pela queda dos preços do minério de ferro, o principal produto de exportação da Austrália, e pelas expectativas de que as taxas não subirão mais.
O euro está globalmente estável em relação ao dólar este mês, uma vez que as expectativas de cortes nas taxas na Europa foram reduzidas em conjunto com as dos EUA Esteve estável pela última vez em US$1,0834. A libra esterlina obteve pela última vez US$1,2669.
O índice do dólar dos EUA foi pouco alterado em 103,86.
Fonte: O Económico
