A ECONOMIA poderá crescer, entre Outubro deste ano e Março de 2025, 0,7 pontos percentuais abaixo da sua real capacidade, por influência dos eventos climáticos. As previsões para o corrente ano apontam para um crescimento do Produto Interno Bruto na ordem de 5,5 por cento.
Estas perspectivas são avançadas pelo Ministério da Economia e Finanças (MEF), através da avaliação de riscos fiscais para 2025, documento que reconhece que os desastres naturais influenciam a capacidade da economia de atingir o seu potencial.
O MEF refere que durante a próxima época chuvosa e ciclónica o país estará sob influência do fenómeno La Niña, que vai propiciar a ocorrência de chuvas acima do normal nas regiões centro e sul.
Moçambique está entre os dez países do mundo mais vulneráveis ao impacto das mudanças climáticas e ao nível do Continente Africano é o mais susceptível.
Exemplo disso é que entre 2012 e 2024 foram declarados 59 desastres, incluindo 15 ciclones tropicais e 39 chuvas acima do normal, afectando milhares de pessoas que necessitaram de assistência humanitária urgente. Neste período as chuvas e ciclones tropicais foram os eventos mais recorrentes, afectando 8,9 milhões de pessoas.
Entretanto, ainda assim, o MEF aponta que para o próximo ano as perspectivas para o médio prazo sugerem um crescimento médio estimado de 5,1%, contra 4,6 por cento do cenário pessimista, uma avaliação explicada pelo desempenho mais fraco em alguns sectores económicos, como agricultura, pescas, construção e comércio.
Um crescimento económico mais baixo poderá traduzir-se na redução da arrecadação de receitas do Estado em 15,5 mil milhões de meticais e do saldo primário para 1,8 por cento do PIB.
No mesmo sentido, os riscos da inflação poderão estar controlados a curto prazo, com previsão de manutenção a um dígito, apoiada pela estabilidade do Metical e menor impacto de conflitos geopolíticos.
Fonte: Jornal Noticias