Fede Valverde abriu o caminho na disputa de pênaltis com uma cobrança perfeita, cruzada e rasteira. Eder Militão e Douglas Luiz erraram para o Brasil, José María Giménez desperdiçou a primeira bola do jogo, mas Manuel Ugarte não perdoou, sentenciando Alisson e um Brasil que deixa a Copa América após uma imagem apagada, com apenas uma vitória em quatro partidas.
Foi uma vitória de acordo com o estilo e a tradição da Celeste. Sofrida, lutada até o último minuto, sem deixar de acreditar, mesmo quando ficou com dez homens, faltando quinze minutos para o final, por causa do cartão vermelho de Nahitan Nández. Concedeu poucas oportunidades a um Brasil que, sem Vinicius – suspenso por acumulação de cartões, ficou sem brilho.
A Celeste apagou a luz de Rodrygo e Endrick, o goleiro Sergio Rochet fechou o gol em um mano a mano com Raphinha, e a disputa final elevou a equipe de Marcelo Bielsa.
Foi o capítulo 80 de uma rivalidade histórica entre duas das seleções mais vencedoras de todos os tempos, desta vez no cenário de Las Vegas, com 45 graus Celsius de temperatura, ao ar livre.
Dentro do estádio, o ultramoderno Allegiant Stadium, havia ar condicionado, mas a ‘temperatura’ competitiva não diminuiu, com o Uruguai impondo seu jogo muito físico e realizando uma excelente pressão, que dificultou bastante o Brasil na saída de bola, começando pelo goleiro Alisson Becker e chegando até a dupla de volantes, Bruno Guimarães e João Gomes.
Foi um duelo marcado por choques, golpes em bolas divididas, no qual ambos os times defenderam com muita atenção. Quase não houve oportunidades. O Uruguai tentou causar perigo em escanteios, o Brasil teve a melhor chance aos 35 minutos, mas Raphinha errou em um mano a mano com Sergio Rochet.
Endrick, titular aos 17 anos, se chocou contra o poderio físico da defesa uruguaia, na qual Ronald Araújo teve que sair pouco depois da meia hora de jogo por um problema aparentemente muscular. Ele foi substituído por José María Giménez.
O duelo seguiu o mesmo roteiro no segundo tempo. O muro uruguaio impedia Rodrygo de mudar de ritmo pelas laterais e, no ataque, Darwin Núñez tentou aumentar o nível com acelerações espetaculares e jogadas físicas, mas sem conseguir criar reais perigos contra os dois zagueiros adversários, Marquinhos e Militão.
Na primeira vez em que Rodrygo conseguiu escapar da pressão, Nández o derrubou com uma falta dura, um golpe na parte lateral da tíbia que o árbitro, após revisão na tela à beira do campo, sancionou com cartão vermelho direto.
Poderia ter mudado os equilíbrios, mas não mudou. A Celeste ficou com dez nos últimos quinze minutos e Bielsa decidiu tirar Núñez para dar lugar a Giorgian De Arrascaeta, mas defendeu com ordem e sofreu pouco.
No Brasil, apenas Endrick ficou à frente do ataque. Rodrygo, Lucas Paquetá e Raphinha foram substituídos por Dorival Júnior, mas o Brasil não soube capitalizar a superioridade numérica e o Uruguai conseguiu defender, sem grandes apuros, o empate que levou à disputa de pênaltis.
A decisão foi nos pênaltis. Valverde enviou uma mensagem clara. Abriu a série com um chute cruzado e rasteiro que não deu chance a Alisson. Militão errou o primeiro do Brasil. Bentancur e De Arrascaeta não perdoaram. Andreas Pereira alimentou as esperanças épicas da Canarinho, Douglas Luiz sucumbiu à tensão e acertou a trave. Ugarte não perdoou e prolongou a jornada da Celeste. Com destino a Charlotte, tendo a Colômbia como próximo desafio.
Fonte: Besoccer