A emoção, a invasão e a bandeira portuguesa ao contrário

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Retrato da véspera do dia da abertura do Euro 2024: Munique veste-se para o jogo de abertura; esperados cerca de 200 mil escoceses na Alemanha, a maioria sem bilhete; Beckenbauer homenageado em ‘casa’; Portugal ‘invertido’

Todos os jogos de abertura das grandes competições de seleções têm a sua história e o Alemanha-Escócia será sem a mínima dúvida o primeiro grande momento do Campeonato da Europa de 2024. Não apenas por se tratar da primeira partida da seleção que joga em casa, mas também por causa do adversário: a Escócia está a causar uma enorme mancha azul escura em Munique e em todas as cidades onde a turma dirigida por Steve Clarke irá atuar.

A nação que orgulhosamente se autointitula como «melhor pequeno país do mundo» vai ser acompanhada por cerca de 200 mil adeptos, mais ou menos quatro por cento da sua população, e na sua maioria sem bilhete. Afinal, desde 1998, no Mundial de França, que não se viam kilts esvoaçando nas grandes competições de seleções e isso é motivo de sobra para uma adesão massiva de scots em solo germânico, emprestando às ruas a tradicional boa disposição e empatia. Desde que haja cerveja e umas boas gargalhadas, o tempo passa rápido como os sprints de Robertson pelo flanco esquerdo.

Do lado germânico, será uma sensação de déjà vu. Porque tal como em 2006, a estreia dos alemães numa grande competição realizada em casa será novamente no Allianz Arena, onde atua o Bayern. Há 18 anos foi Philipp Lahm a marcar o golo inaugural diante da Costa Rica, desta vez as casas de apostas têm uma série de candidatos perfilados, principalmente na formação local, que não vence um Europeu desde 1996 e aposta tudo no regresso às grandes conquistas, agora sob o comando do jovem técnico Julian Nagelsmann.

O início do sonho não poderia ser mais emotivo: uma grande homenagem a Franz Beckenbauer será prestada com milhares no estádio e milhões na TV a assistir. Acompanhada pelos capitães das equipas vencedoras em 1996 (Klinsmann) e 1980 (Bernard Dietz), a esposa do kaiser irá ao centro do relvado colocar a taça Henri Delaunay, símbolo de um passado que se cruza com o presente, de memórias que vão perdurar para sempre independentemente da presença física dos seus grandes protagonistas.

Falecido a 7 de janeiro, Beckenbauer terá desta forma mais uma despedida que se espera memorável e condizente com o estatuto e legado que deixou no futebol germânico e mundial, isto quando já se sabe que o capitão da seleção campeã europeia em 1972, campeã mundial em 1974 como jogador e campeão do mundo como treinador em 1990 terá uma estátua no Allianz Arena, junto à do goleador Gerd Muller, numa iniciativa levada a cabo por uma fundação de adeptos. É futebol puro a viver história no pontapé de saída do17.º Campeonato da Europa.

A UEFA e o país organizador têm feito tudo para proporcionar as melhores condições a todos aqueles que estão ou viajam para a Alemanha. No centro de imprensa do Allianz Arena, por exemplo, quase 300 jornalistas conseguiram partilhar o espaço sem acotovelamentos ou falhas, o que não é propriamente surpresa face à experiência acumulada de ocasiões anteriores. Mas talvez por isso seja mais surpreendente o detalhe que saltou à vista da reportagem de A BOLA: no painel que anuncia os grupos dos países participantes há um erro numa bandeira. Justamente a de Portugal: o vermelho do lado esquerdo e o verde no lado direito, num ‘espelhado’  que claramente ficou a mais no programa de edição.

Fonte: A Bola

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