Em parceria com a Epsilon Energia Solar, a Agência Metropolitana de Transportes (AMT) promove uma nova abordagem para a mobilidade urbana de Maputo, ao apostar no projecto Epsilon Mobility, que introduz veículos eléctricos no mercado local. António Matos, PCA da AMT, vê esta iniciativa como um passo essencial para Moçambique reduzir a dependência de combustíveis fósseis e alcançar um futuro mais verde. “É um avanço necessário para tornar a nossa cidade mais sustentável, enquanto oferecemos uma alternativa de transporte economicamente vantajosa para os cidadãos de Maputo”, afirmou Matos.
Redução de custos para os operadores locais
Para Matos, a transição para a mobilidade eléctrica trará vantagens económicas consideráveis para os operadores de txopelas e motociclos, que poderão beneficiar de menores custos operacionais. “A redução dos gastos com manutenção e combustível oferece aos operadores uma poupança significativa, algo essencial para a sustentabilidade do sector de transporte urbano”, explicou.
O PCA da AMT destacou ainda que o projecto é especialmente relevante para as zonas periurbanas, onde o custo elevado do transporte afecta a acessibilidade ao mercado. A opção pelos veículos eléctricos torna-se assim uma solução que beneficia directamente a população de baixa renda. “Os operadores podem investir menos na manutenção dos seus veículos e, ao mesmo tempo, oferecer tarifas mais competitivas para os seus clientes”, salientou Matos.
Mobilidade eléctrica e desenvolvimento local
Para além da poupança económica, Matos acredita que o E-Mobility representa uma oportunidade única de desenvolvimento local, uma vez que a mobilidade eléctrica reduz a dependência de componentes importados. “Quando reduzimos a necessidade de peças como filtros e óleos, estamos a reduzir a exposição da economia aos preços internacionais, reforçando a nossa capacidade de resposta a choques externos”, observou.
O projecto, segundo Matos, é também uma resposta à crescente demanda por um sistema de transporte mais moderno e ecológico, que vá ao encontro das necessidades dos cidadãos e permita uma operação mais eficiente. A AMT vê a parceria com a Epsilon como uma forma de construir uma rede de transporte que seja benéfica para todos os envolvidos, desde os operadores até os utilizadores finais.
O Futuro da mobilidade eléctrica em Moçambique
O sucesso do E-Mobility em Maputo abre caminho para a expansão do modelo para outras cidades. A AMT está a avaliar o impacto inicial do projecto com o objectivo de replicar a solução em centros urbanos como Beira e Nampula. “Se conseguirmos provar que a mobilidade eléctrica é viável e benéfica, poderemos levar esta inovação para outras regiões do País, criando uma verdadeira rede de transporte verde em Moçambique”, declarou Matos.
A parceria entre a AMT e o E-Mobility é uma iniciativa de longo prazo que visa transformar o transporte urbano e responder às necessidades económicas e ambientais do País. Para Matos, esta é uma mudança de paradigma que beneficia tanto a cidade de Maputo quanto a população moçambicana em geral.
António Matos, PCA da AMT, destacou que o projecto reflecte a visão de Moçambique em deixar de depender de combustíveis fósseis para adotar energias mais limpas. “Sendo um país exportador de energia, e considerando os benefícios ambientais e operacionais para o transporte, é crucial que sigamos este caminho”, afirmou Matos. Ele ressaltou ainda que o custo de manutenção de veículos elétricos é significativamente menor, permitindo que “os operadores de txopelas e motociclos beneficiem de uma economia sustentável e de longo prazo”.
Infraestrutura e inclusão no transporte sustentável
O projecto Epsilon eMobility inclui a instalação de três estações de troca de baterias solares em Maputo, Matola e Zimpeto. Javier Ayala, gestor do programa BRILHO, destacou a importância desta infraestrutura para garantir o funcionamento contínuo dos veículos, ao mesmo tempo que reduz a dependência de combustíveis fósseis. “Estas estações vão ajudar a consolidar uma rede de transporte limpa e moderna, capaz de responder aos desafios de uma cidade em crescimento”, afirmou Ayala .
António Matos enfatizou que a mobilidade eléctrica não é apenas uma questão ambiental, mas também de acessibilidade e desenvolvimento económico. Segundo ele, o projecto foi pensado para beneficiar, especialmente, a população de baixa renda que vive nas zonas periurbanas e que depende do transporte para comercializar seus produtos agrícolas. “O custo de aquisição e manutenção destes veículos é menor, o que permite que a população invista em transporte de forma mais acessível e produtiva,” explicou.
Uma solução verde com impacto socioeconómico
A AMT vê na mobilidade elétrica uma ferramenta crucial para reduzir os custos operacionais associados ao transporte urbano, que tradicionalmente depende de componentes importados e atrelados ao dólar. Para Matos, o projecto traz uma poupança significativa para os operadores e contribui para a sustentabilidade da economia local. Ele explicou que, ao reduzir a dependência de peças importadas, como pneus e óleos, o país fortalece sua resiliência económica e ambiental. “A médio e longo prazo, esta transição para a eletricidade cria uma estabilidade que beneficia toda a população”, acrescentou.
Fonte: O Económico