Moçambique surge com uma previsão de crescimento económico de 7,7% ao ano nos próximos cinco anos, a taxa mais elevada entre os 29 países avaliados no Índice dos Mercados Financeiros Africanos 2024 (AFMI) do banco Absa. De acordo com o estudo, este crescimento é impulsionado principalmente pelo desenvolvimento de projectos estruturais nos sectores de mineração e gás natural, que representam novas oportunidades de diversificação e modernização económica.
O relatório revela que o País subiu para 74 pontos no índice deste ano, em comparação com os 70 pontos de 2023. Esse aumento é reflexo de um ambiente macroeconómico mais estável e de uma redução na inflação, factores que reforçaram a confiança no mercado moçambicano. O estudo observa que, em 2024, o Governo implementou uma nova Lei Cambial que permite uma liberalização gradual das transações internacionais, com o objectivo de atrair mais investimentos estrangeiros., referindo que a medida inclui a possibilidade de cidadãos estrangeiros investirem no mercado imobiliário moçambicano até ao limite de um milhão de dólares sem autorização prévia do Banco Central.
Apesar desses avanços, o relatório identifica que Moçambique ainda enfrenta desafios substanciais para consolidar o seu mercado financeiro. A elevada dívida externa e a necessidade de melhorar a transparência no mercado são citadas como entraves ao crescimento sustentável. Esses factores, embora em ligeira redução, precisam de maior atenção para que o País se torne plenamente competitivo e atraente no cenário regional e internacional.
Avanços e reformas no continente
O Índice AFMI 2024 evidenciou progressos em 23 dos 29 países avaliados, indicando uma tendência positiva na maioria dos mercados africanos. Países como a África do Sul, Botswana, Nigéria e Zâmbia destacam-se por avançarem significativamente em aspectos como regulação e transparência. A África do Sul manteve a liderança do ranking, graças ao seu ambiente financeiro sólido e à crescente adopção de práticas de ESG (Environmental, Social, and Governance), que atraem investidores globais focados em sustentabilidade.
Fonte: O Económico