Moçambique viveu, no dia 21 de outubro de 2024, um verdadeiro colapso económico provocado pelas paralisações e manifestações que ecoaram por todo o país. A Confederação das Associações Económicas (CTA) lançou um alerta dramático: mais de 1,4 mil milhões de meticais foram perdidos em apenas um dia, afectando profundamente sectores cruciais como o transporte, restauração e educação.
As ruas vazias e os comércios fechados traçaram um cenário sombrio, enquanto o País, ainda a digerir os impactos pós-eleitorais, enfrenta uma incerteza paralisante. O sector informal, responsável por mais de 90% da força de trabalho, foi atingido em cheio. Milhares de trabalhadores, que dependem do rendimento diário para sustentar as suas famílias, viram-se impedidos de exercer as suas actividades, num momento em que o desemprego já ultrapassa os 18%.
A CTA não esconde a gravidade da situação. O impacto vai além das fronteiras nacionais. As imagens de um país paralisado, em conflito, começam a impactar direcamente o sector do turismo. Estimativas apontam para perdas que podem chegar a 50 milhões de dólares em cancelamentos de reservas, à medida que os visitantes internacionais começam a recuar, com medo de instabilidade.
“Estamos à beira de um colapso económico se não encontrarmos uma solução rápida e eficaz”, alerta a CTA. A organização sublinha que, apesar do direito constitucional à greve, os bloqueios económicos têm um efeito devastador sobre a já frágil economia de Moçambique, prejudicando especialmente os mais vulneráveis.
A manutenção da ordem pública torna-se, assim, uma prioridade urgente. O apelo da CTA é claro: “é necessário encontrar formas de protesto que não sacrifiquem o já combalido sistema económico e que não levem o País a uma espiral de recessão”.
Fonte: O Económico