O Banco Africano de Energia, uma iniciativa que está sendo desenvolvida pela Organização dos Países Africanos Produtores de Petróleo (APPO), alcançou recentemente uma marca importante, com 45% do capital inicial de 5 mil milhões de dólares já garantido. Este banco, que terá sua sede na Nigéria, foi projectado para preencher uma lacuna de financiamento no sector de petróleo e gás em África, que tem enfrentado uma retirada de investimentos tradicionais devido ao foco global na transição energética para fontes mais limpas.
A APPO, em colaboração com o Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank), lidera essa iniciativa que visa financiar projectos energéticos em todo o continente, especialmente no setor de fósseis, que ainda é vital para muitas economias africanas. Países como Angola, Nigéria e Gana estão entre os primeiros apoiantes financeiros do banco. A expectativa é que o banco se torne uma solução crucial para manter a viabilidade de projetos de petróleo e gás, particularmente à medida que financiadores internacionais se afastam desses setores em resposta às mudanças climáticas.
Durante a conferência “Angola Oil & Gas 2024”, em Luanda, Omar Farouk Ibrahim, Secretário-Geral da APPO, expressou optimismo com o progresso rápido do banco, afirmando que a instituição poderá ser formalmente lançada em breve, com os países membros da APPO comprometidos a contribuir com pelo menos 83 milhões de dólares cada. Essa iniciativa ocorre em um momento em que países africanos enfrentam a difícil escolha entre aderir às metas globais de descarbonização e sustentar suas economias dependentes dos recursos fósseis.
O Banco Africano de Energia é visto como uma resposta estratégica para garantir que as economias africanas, ricas em petróleo e gás, possam continuar a financiar seus projetos energéticos e, ao mesmo tempo, buscar um equilíbrio com as pressões internacionais por uma transição energética sustentável.
Fonte: O Económico
