A francesa TotalEnergies, e a norte-americana APA Corp, anunciaram na terça-feira, 01/10, uma decisão positiva de investimento no projecto de petróleo e gás mais promissor do Suriname, o Bloco 58, que deve inaugurar a produção offshore do país.
A TotalEnergies espera iniciar a produção no projecto de US$ 10,5 mil milhões no primeiro semestre de 2028. A Reuters, que avanca com a informação, revelou na segunda-feira, 30/10, que o acordo obteve luz verde financeira.
O pequeno país sul-americano quer seguir os passos da vizinha Guiana, onde um consórcio liderado pela Exxon Mobil, descobriu mais de 11 mil milhões de barris de recursos recuperáveis de petróleo e gás.
O Suriname está a trabalhar para garantir receitas comparativamente maiores através de um quadro legal que inclui royalties e impostos mais elevados, e bónus de assinatura que deverão ser reinvestidos nos cuidados de saúde e no conteúdo local.
O anúncio foi feito no gabinete presidencial do Suriname na presença do Presidente Chan Santokhi, do CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanne, do CEO da APA, John Christmann, e do CEO da empresa estatal de energia do Suriname, Staatsolie, Annand Jagesar.
“A nossa política, e isto é válido para qualquer governo, tem como objectivo elevar significativamente o nível de vida da nossa população”, afirmou Santokhi.
Ritmo acelerado
A TotalEnergies e a APA planeiam desenvolver os campos Sapakara e Krabdagu, rebaptizados como “Gran Morgu”, com recursos recuperáveis combinados estimados em mais de 700 milhões de barris.
“Estamos muito orgulhosos”, disse Pouyanne sobre a rapidez do desenvolvimento, que levou apenas um ano desde a conclusão da avaliação dos poços até à decisão final de investimento (FID).
Uma instalação flutuante de produção, armazenamento e descarga (FPSO) que está a ser construída na Ásia para o projecto, com uma capacidade de 200 000 barris por dia, deverá ser uma das maiores da empresa, disse Pouyanne. Esse contrato, juntamente com outros, incluindo os construtores de infra-estruturas energéticas SBM Offshore, e Saipem, representam um total de 7 mil milhões de dólares, acrescentou.
Um total de 32 novos poços serão perfurados como parte de um plano de desenvolvimento de campo aprovado e assinado pela TotalEnergies e APA na terça-feira, 01/10, disseram as empresas.
A TotalEnergies, operadora do projecto, planeia recuperar cerca de 1,4 mil milhões de dólares gastos em exploração na área desde 2019.
A Staatsolie, que tem vindo a angariar fundos para participar com uma participação de 20% no projecto, garantiu um primeiro pagamento de 175 milhões de dólares e está agora em conversações com os bancos e a planear uma oferta de obrigações para completar um segundo pagamento, disse o CEO Jagesar.
Pouyanne disse que o prazo para a Staatsolie concluir o seu compromisso de investimento poderia ser prorrogado até Dezembro do próximo ano, se necessário.
O CEO da APA, Christmann, sublinhou o potencial geológico das águas profundas da margem atlântica, que resultou em grandes descobertas na Guiana, Suriname e Brasil.
“A FID é um ponto de não retorno”, disse Jagesar. “O Suriname nunca mais será o mesmo”.
Fonte: O Económico