Selecionador de Portugal comentou o triunfo de Portugal por 4-2; elogiou Bruno Fernandes, Francisco Conceição e João Neves, e desvalorizou os golos sofridos pela seleção nas últimas partidas
– Francisco Conceição foi mesmo espalha-brasas frente à Finlândia; sentiu que o jogador teve dias complicados com a saída de Sérgio Conceição do FC Porto?
– O Chico mostrou o porquê de estar na Seleção. É um jogador vertical, com muita capacidade no um contra um, que penetra sempre. Para uma equipa como a nossa, de controlo de bola, o Chico dá-nos muito. Todos os jogadores passam por situações pessoais, o Chico foi titular porque treinou muito bem e mostrou que está emocionalmente muito bem. Esteve muito focado e tranquilo.
– Consegue explicar aquele adormecer de Portugal em cinco minutos em que a Finlândia marcou dois golos?
– Até ao 3-0, o nosso foco foi perfeito. Perdemos o nosso foco e dar dois remates à Finlândia e sofrer dois golos é um aspeto que temos de trabalhar. Ainda bem que aconteceu num jogo de preparação, vai-nos ajudar a focar. Não tivemos intensidade defensiva durante 10 minutos. Precisamos de trabalhar nisso para o primeiro jogo no Euro.
– Acredita que jogadores que tiveram lesões nesta época, como Diogo Jota e Pedro Neto, vão chegar nas melhores condições ao Campeonato da Europa?
– Com certeza. Todos os jogadores têm diferentes caminhos. O Jota trabalhou muito bem, o Pedro Neto também e estão perfeitos para ajudarem a seleção. Para nós é importante utilizar todos os jogadores nestes três particulares e foi muito positivo ver esses dois jogadores fazerem 45 minutos, para abrir a competitividade no balneário.
– Já se sente português e já avisou as pessoas de quem gosta que só volta a Portugal dia 15 de julho?
– Sinto-me sim, o ambiente foi espetacular. Estamos todos aqui para dar orgulho aos portugueses em geral. O compromisso e empenho dos jogadores mostra isso mesmo e é um sentimento muito forte. A nossa seleção é especial e queremos sempre estar ao melhor nível porque os adeptos merecem isso.
– Portugal é um dos favoritos para o Euro? E o facto de Portugal ter sofrido cinco golos nos últimos três jogos assusta-o antes do Euro?
– O contexto é importante. Nesses três jogos experimentámos muito, com jogadores novos e novas ligações. Acho que é importante dar experiências novas aos nossos centrais para chegarmos na melhor forma possível ao Campeonato Europeu. Esses golos sofridos não são uma debilidade, mas uma consequência do desempenho que fizemos durante os últimos três jogos, que foram todos particulares.
Não gosto da palavra favorito, o Europeu não tem favoritos. Temos muitos jogadores nas melhores equipas europeias e isso dá responsabilidade, dá força, e precisamos de crescer. Depois do jogo com a Finlândia somos ainda mais fortes e nos primeiros jogos do Europeu, vamos ver o nosso nível em relação às outras grandes seleções do torneio.
– Face à lesão do Otávio convocou Matheus Nunes – olha para esse jogador como alguém parecido com o Otávio, ou é um jogador com características diferentes?
– Ambos podem ter o mesmo papel na Seleção, por isso é que chamei o Matheus Nunes, que também pode trazer outras coisas o meio-campo. A energia que ele tem é importante em certos jogos. Será um papel igual ao que Otávio fez pela seleção e o Matheus Nunes pode fazer o mesmo.
– Bruno Fernandes já fez 8 golos e 9 assistências por Portugal desde que o míster chegou à seleção. Sente que Bruno Fernandes é o jogador mais influente da sua era à frente da seleção?
– O Bruno tem um nível superlativo. É inteligente, pode fazer muitas coisas, mas para nós a inteligência é o principal. Sabe quando acelerar, quando defender, é muito inteligente. Hoje era importante marcarmos golos sem Bruno Fernandes, Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo, mas quando o Bruno entra no jogo, somos mais fortes. É um bom sinal. O Bruno está muito feliz, fresco e é um jogador muito importante para o Europeu.
– Como avalia a estreia a titular de João Neves pela seleção?
– Mostrou que tem uma personalidade muito grande, assim como Francisco Conceição, é isso que destaco. O João ajuda os colegas a serem melhores, tem muita capacidade técnica e flexibilidade tática.
– Porque escolheu a Finlândia como adversário e o que retira deste jogo?
-Era importante ser uma equipa equilibrada, mas frente à qual pudéssemos atacar, e nós tivemos 25 remates. Depois, precisamos de relembrar alguns conceitos defensivos, mas gostei muito da ligação entre jogadores que nunca tinham sido titulares no mesmo jogo e, por isso, foi um jogo de preparação perfeito.
Fonte: A Bola