ExxonMobil acelera plano de exploração de Gás em Moçambique com conclusão de Engenharia em 2025

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A ExxonMobil anunciou que planeia concluir o desenho técnico (Front End Engineering Design – FEED) do seu projeto de exploração de gás natural na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, Moçambique, dentro de um ano. O anúncio foi feito pelo Vice-Presidente da ExxonMobil, Walter Kansteiner, durante um encontro com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, em Nova Iorque, em 24 de setembro de 2024. Este passo é considerado crucial para avançar com o desenvolvimento do megaprojeto de gás natural liquefeito (GNL), que inicialmente previa a produção de 15,2 milhões de toneladas anuais, agora ajustada para 18 milhões de toneladas anuais.

Este desenvolvimento segue uma série de negociações e revisões após anos de interrupções devido a ataques insurgentes em Cabo Delgado, que suspenderam a construção das instalações em 2021. Apesar desses desafios, a situação de segurança na região melhorou gradualmente, o que tem permitido retomar algumas operações preliminares. O Presidente Nyusi, por sua vez, instou tanto a ExxonMobil quanto a TotalEnergies, a principal operadora da Área 1 do projeto, a acelerarem o desenvolvimento dos projetos de gás na região, uma vez que as expectativas da população e do governo são significativas.

A Decisão Final de Investimento (DFI) sobre o projecto, contudo, ainda não é esperada antes de 2026, segundo Kansteiner. Este calendário já havia sido discutido em agosto de 2024, durante um encontro entre Nyusi e o presidente da ExxonMobil Upstream, Liam Mallon, que também expressou otimismo, mas indicou que ainda restam alguns desafios, tanto no campo da segurança quanto no alinhamento financeiro. Segundo Mallon, a ExxonMobil está comprometida em fazer deste projeto uma das iniciativas de gás mais limpas em termos de emissões de carbono, com potencial para impulsionar a economia local e a produção energética global.

O projecto da ExxonMobil é parte de uma iniciativa maior, que inclui a francesa TotalEnergies e outras grandes empresas de energia. O GNL da bacia do Rovuma, uma das maiores reservas de gás do mundo, é visto como uma peça-chave para Moçambique se tornar um exportador global de gás natural, com potencial de gerar receitas substanciais e transformar a economia do país. Contudo, o progresso do projeto tem sido adiado por questões de segurança e financiamento, o que tem causado frustração, tanto no governo quanto entre as comunidades locais.

O governo moçambicano, por sua vez, continua a pressionar para que as concessionárias acelerem a implementação dos projetos, especialmente na Área 1, liderada pela TotalEnergies, e na Área 4, que está sob a responsabilidade da ExxonMobil. A estabilidade gradual que se observa na península de Afungi, em Palma, tem sido apontada como um sinal positivo para a retomada plena das atividades, embora as operações ainda enfrentem desafios associados ao conflito armado na região.

Este projecto de GNL é amplamente considerado como um marco para Moçambique, não apenas em termos de desenvolvimento energético, mas também como uma oportunidade de reposicionar o país no cenário global de exportação de gás, ao mesmo tempo que aborda problemas internos de emprego e desenvolvimento de infraestruturas.

Fonte: O Económico

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