Há pessoas que pedem a Nyusi que incorpore seus filhos nas FDS e em cargos privilegiados

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Filipe Nyusi diz que há pessoas que lhe pedem para incorporar os seus filhos nas fileiras das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e, depois, pedem que não sejam enviados ao Teatro Operacional Norte. Nyusi avisa que ninguém pode ter privilégios e muito menos ser militar e nunca visitar o Teatro Operacional Norte. O chefe de Estado falava na abertura do XXV Conselho Coordenador do Ministério da Defesa.Anualmente, o Ministério da Defesa Nacional promove o Recenseamento Militar, como a única forma de ingresso à vida militar em Moçambique. No entanto, o Presidente da República revelou, hoje, que há pais que ignoram este mecanismo e contactam directamente o chefe de Estado para ter filhos a seguirem a carreira militar.“Continua a haver aqueles filhos de pessoas que pedem para que vão para o serviço militar. Continua isso, porque falam comigo. Os pais pedem para irem ao serviço militar, mas depois dizem ‘afecta lá o meu filho no sítio tal’. Até conhecem os sítios que não têm problemas, onde se tornam chefes, onde comem bem. E eu pergunto: Mas você tinha dito que o seu filho está disponível, é patriota e hoje está a dizer que tem de escolher onde ir. Não há escolha aqui”, revelou o Presidente.E é exactamente porque não deve haver preferências que Filipe Nyusi exige que todo o militar deve conhecer o Teatro Operacional Norte, independentemente da patente, especialidade e/ou cargo que ocupa. “Porque fica mal para um oficial. Se até eu vou lá. Deviam ir pelo menos uma vez, só para compreender o que está a acontecer. Porque, depois, não completa a sua qualidade, fica chefe de nada. E essa é a oportunidade para se revelarem. Devem convidar os adidos para ir visitar o teatro, porque, depois, estão a representar-nos lá.Quando questionados sobre a situação da guerra, não saberão responder. Vai começar a confundir a geografia, confundir Catupa com pessoa”.Os pronunciamentos do chefe de Estado foram feitos perante oficiais-generais, praças e demais especialidades das Forças de Defesa e Segurança, durante a abertura do XXV Conselho Coordenador do sector.Para além dos elogios tecidos aos presentes, com especial destaque para os que lideram, directamente, o combate à insurgência em Cabo Delgado, Filipe Nyusi  recordou que o sector não deve ser estático, uma vez que se está perante uma tipologia criminal que evolui, diariamente, para além de usar meios sofisticados.“O alcance deste desiderato pressupõe um processo de reformas profundas, mas cautelosas, dada a sensibilidade desta área. E esta realidade coloca sobre o sector da defesa nacional, o vosso sector, desafios acrescidos no sentido de aprimorar a sua capacidade de avaliação e análise, assim como os mecanismos de resposta ao carácter híbrido e dinâmico desses riscos e ameaças à segurança e integridade do nosso país”.As irregularidades registadas durante a implementação da Tabela Salarial Única no sector constituem um dos temas a ser discutido, durante os três dias da sessão.“Espero que não seja uma discussão para vir e vos mobilizar, mas seja para compreender. Tem de se argumentar aquilo que acontece, porque nunca fiquei satisfeito quando, por vezes, me dizem que há atraso ali, há atraso lá. Não é isso que eu quero ouvir, mas quero que as pessoas compreendam o que é. Numa das ocasiões,  conversei com os jovens sargentos sobre qual era o impacto e recebi uma reacção bastante favorável de que tinham encontrado uma solução. Mas, depois, se há alguma coisa que falha, é importante esclarecer o mesmo também”, disse o chefe de Estado, para, depois, afirmar que é preciso controlar os processos dos militares, para desmantelar infiltrados.“Não quero dizer militares fantasmas, mas pessoas certas, porque muitas das vezes as pessoas abandonam os postos, são refratários, mas continuam em casa, a rirem-se de vocês, porque continuam a receber na mesma, porque há falta de controlo”.O Presidente da República apelou ainda ao envolvimento da sociedade na luta contra o terrorismo, cada um n sua área de trabalho.

Fonte:O País

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