Na 114ª Edição da Feira Agrícola do Zimbabwe (ZAS), realizada em Harare, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, expressou preocupações com o baixo nível das trocas comerciais entre Moçambique e Zimbabwe, apesar do considerável potencial económico entre os dois países. Durante o evento, que contou com a participação de mais de 500 expositores e deve atrair mais de 200 mil visitantes, Nyusi foi convidado a abrir oficialmente a feira, destacando a importância de se intensificar as relações comerciais bilaterais.
Segundo Nyusi, entre 2018 e o primeiro semestre de 2024, Moçambique exportou para o Zimbabwe um total de 890 milhões de dólares americanos, enquanto as importações provenientes do Zimbabwe somaram apenas 161 milhões de dólares. Além disso, o investimento directo zimbabueano em Moçambique foi relativamente modesto, com apenas 46 projectos aprovados nos últimos 10 anos, totalizando 151 milhões de dólares, principalmente nos sectores industrial, de aquacultura e pesca, turismo, agricultura e pecuária.
Filipe Nyusi enfatizou a necessidade urgente de reverter esta situação, aproveitando plataformas como a ZAS para identificar oportunidades de negócios que possam fortalecer as relações comerciais. “Facilmente concluímos que as trocas bilaterais e os fluxos de investimento estão aquém do potencial sinergético dos nossos países”, afirmou Nyusi, destacando que é crucial que ambos os países continuem a cooperar, utilizando as infraestruturas e meios logísticos existentes para promover a prosperidade econômica mútua.
A Feira Agrícola do Zimbabwe, que este ano está sendo realizada sob o tema “Cultivando a Prosperidade: Crescendo Negócios, Inovando para a Mudança e Nutrindo nosso Futuro”, tem como objectivo principal não apenas exibir produtos agrícolas, mas também promover o desenvolvimento de negócios e a inovação tecnológica em prol da sustentabilidade e do crescimento econômico regional. A presença de Moçambique no evento foi vista como uma oportunidade estratégica para fortalecer as relações bilaterais e explorar novas vias de cooperação econômica.
Fonte: O Económico