O artista multidisciplinar Ash Ismael irá inaugurar, no dia 28, às 18 horas, a sua primeira exposição individual no país, intitulada “Black Ink”, na Galeria do Centro Cultural Moçambicano-Alemão (CCMA), em Maputo.A mostra, com autocuradoria, será composta por uma coleccção de 70 peças de desenho a caneta e lápis meticulosamente elaboradas, na qual transbordam a obscuridade e a complexidade da imaginação humana.Para o Centro Cultural Moçambicano-Alemão, “Black Ink” é uma série experimental, cujo título reflecte a essência do trabalho de Ismael: uma exploração profunda e intensa das nuances do subconsciente. O artista assume fazer de forma espontânea, como quem, simplesmente, segue a inspiração que surge no processo.“Não penso muito no que a obra poderá dizer, eu apenas faço os meus desenhos”, esclarece Ash Ismael, a explicar que não está, de todo, preocupado com as questões de significado filosófico das obras, cabendo a quem vê interpreta-las. Tendo o esboço “me dedico aos detalhes de forma minunciosa ao resultado”, diz Ash Ismael.Acreditando que o própsito final do trabalho artístico é a sociedade, o artista e o CCMA, acordaram em ceder 10% do valor resultante da venda das obras para caridade, num orfanato na cidade de Maputo, a ser identificado.Tendo-se iniciado no desenho ainda na infância, por influência dos pais, que, igualmente, eram criativos, Ash Ismael seguiu sempre pelo caminho das artes, se distribuindo em diversas outras disciplinas.Na música, fez-se baterista, tendo tocado diferentes géneros, em bandas distintas. Em 1988, integrou Micaia, um projecto de Heavy metal. Juntou-se ao agrupamento Burn, que interpretava Dub Reggae. E Gravity Regulator, de Dub.A partir de 1997, apostou na produção de música africana, que é algo em que continua a trabalhar, fazendo lançamentos regularmente em plataformas de streaming.Um caminho natural foi o de grafic designer, área na qual começou a trabalhar em 1999, tendo-se tornado, até 2004, director criativo. Ainda no campo do visual, é fotográfo e videografo.No que diz respeito ao desenho, começou a expor em 2003, tendo já exibido os seus trabalhos na América Latina, Dubai e na África do Sul. “É muito animador, para mim, poder, finalmente, mostrar a minha arte, individualmente, no meu país”, assume Ash Ismael, citado na nota de imprensa do CCMA.
Fonte:O País