A multinacional ExxonMobil está a caminho de tomar a decisão final de investimento (Final Investment Decision – FID, DFI, em português) para o desenvolvimento da Área 4 na Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, até o ano de 2026. A informação foi confirmada pelo Presidente da ExxonMobil Upstream, Liam Mallon, durante um encontro com o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, em Maputo. O projeto, considerado um dos maiores e mais complexos do mundo para a produção de Gás Natural Liquefeito (GNL), promete transformar a economia de Moçambique.
Mallon explicou que o projeto está actualmente na fase de Front End Engineering and Design (FEED), o que envolve a engenharia detalhada e o design da infraestrutura necessária. Segundo ele, o projecto é moderno e enfrenta desafios complexos, mas a ExxonMobil está confiante de que até 2026 todas as condições estarão maduras para uma decisão positiva.
A jornada até essa fase não foi simples. A ExxonMobil enfrentou diversos obstáculos, incluindo a necessidade de pausar e reavaliar várias etapas devido a questões de segurança em Cabo Delgado. No entanto, Mallon expressou optimismo, afirmando que a empresa está pronta para recomeçar, faltando apenas algumas aprovações finais.
O projecto da Área 4 é estimado em bilhões de dólares, com a promessa de gerar receitas significativas para Moçambique por várias décadas. Mallon destacou a importância de garantir segurança, estabilidade e desenvolvimento econômico na região, condições consideradas cruciais para o sucesso do empreendimento. Além disso, a ExxonMobil se comprometeu a tornar esse um dos projetos de GNL com as menores emissões de gases de efeito estufa no mundo, alinhando-se com as exigências ambientais globais.
O valor estimado para o projecto da ExxonMobil na Área 4 da Bacia do Rovuma é de aproximadamente US$ 30 bilhões. Um valor que reflecte a magnitude e a complexidade do empreendimento, que inclui a construção de uma grande fábrica de Gás Natural Liquefeito (GNL), poços submarinos e plataformas flutuantes para exportação. Esse investimento posiciona o projecto como um dos maiores do mundo na área de GNL.
A exploração da Área 4 é conduzida pela Mozambique Rovuma Venture (MRV) S.p.A., uma joint venture co-propriedade da Eni, ExxonMobil e CNODC, que detêm 70% da concessão. Outras empresas envolvidas incluem a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos E.P. (10%), Galp Energia Rovuma B.V. (10%) e KOGAS Moçambique Ltd. (10%). Essa colaboração internacional ressalta a importância estratégica do projeto, tanto para Moçambique quanto para os mercados globais de energia.
O desenvolvimento da Área 4 na Bacia do Rovuma representa uma oportunidade histórica para Moçambique. Com a expectativa de uma decisão final de investimento até 2026, o país consolida o seu potencial para se tornar um player importante no mercado global de GNL. A comunidade internacional e os stakeholders locais aguardam ansiosamente os próximos passos deste projecto, que poderá transformar a dinâmica económica e social de Cabo Delgado e de Moçambique como um todo.
Fonte: O Económico