Proposta apresentada no Congresso da FIFA é complementar à existente
Nos últimos dias foi divulgada uma notícia – também por nós aqui, no jornal A BOLA – que dava conta que o Presidente da FIFA, Gianni Infantino, apresentara um proposta algo radical para mudar o atual modelo de vídeoarbitragem.
A informação, que surpreendeu tudo e todos, não estava totalmente incorreta. Há sim, uma nova ferramenta tecnológica em testes, mas não pressupõe a substituição da atual, ou seja, o VAR manter-se à exatamente igual em todas as competições que, como a nossa, já o utilizam.
É importante que isto fique claro.
A proposta apresentada no 74° Congresso da FIFA em Bangkok (não por Infantino, que a comentou depois, mas pela voz de Pierluigi Collina) é complementar à existente.
Uma tentativa de fornecer às associações-membro sem recursos humanos e financeiras uma alternativa à existente, que como se sabe é dispendiosa e exige um conjunto de condições impactantes a vários níveis.
O que é que está então em cima da mesa?
A ferramenta chama-se “Football Video Support” e é semelhante à que é utilizada no ténis.
Na prática cada equipa disporá de um número específico de revisões técnicas por jogo (nos testes realizados, duas para cada). Caso a solicitação resulte na alteração da decisão inicial, a equipa manterá o mesmo número de revisões. Se não lhe for dada razão, a revisão será dada como consumada/perdida.
Caberá ao treinador principal a solicitação desse momento (através de gesto convencionado para o efeito, dando depois nota ao 4° Árbitro do lance a rever), sendo que também será permitido que os jogadores propunham ao seu técnico a revisão de determinada decisão.
O sistema criado não exige a presença de vídeo árbitros nem de uma central tecnológica remota e/ou presencial, o que facilita a sua operacionalização e reduz exponencialmente os seus custos.
Nos testes realizados em dois torneios (um masculino, outro feminino), foram colocados um determinado número de câmaras – menos num dos relvados, mais no outro -, que permitiram aos árbitros acederem aos vários ângulos dos lances solicitados, tomando depois a decisão que entenderam adequada.
O “protoloco” a aplicar neste sistema é o mesmo do atual: só podem ser revistos golos, pontapés de penálti, cartões vermelhos diretos e erro na identidade dos jogadores.
Por enquanto nada está finalizado.
Os testes continuarão a decorrer, provavelmente em torneios internacionais de jovens, até ao momento em que as conclusões permitam aprovar a proposta.
Fica o esclarecimento.
Fonte: A Bola