Judoca da Académica de Coimbra assegurou já que irá aos Jogos de Paris-2024 como cabeça de série e agora procura primeira medalha no evento depois de já ter três em Europeus. A última, de bronze, há um mês na Croácia. Maria SIderot (-52 kg) e Rodrigo Lopes (-60 kg) ficaram de fora da corrida olímpica.
Com uma vitória sobre a brasileira Natasha Ferreira (30.ª do ranking) no combate de repescagem do Mundial de Abu Dhabi de judo, que hoje arrancou na capital dos Emiratos Árabes Unidos, Catarina Costa (8.ª) garantiu a presença na luta pela medalha de bronze dos -48 kg, esta tarde de domingo, frente à jovem sueca, de 18 anos, Tara Babulfath (29.ª). Será a primeira vez que as duas se encontram.
Além da procura de uma medalha, outro dos objetivos que Catarina, de 27 anos, levou a Abu Dhabi era conquistar pontos suficientes que lhe permitissem manter-se, pelo menos, na mesma posição do ranking e chegar aos Jogos de Paris-2024, para os quais já está apurada, como cabeça de série (top-8).
Isso já está assegurado visto que a olímpica da Académica de Coimbra, que nos Jogos de Tóquio-2020 ficou a uma vitória do pódio, garantiu, no mínimo, 720 pontos que são atribuídos ao 5.º lugar e ainda pode chegar aos 1000 caso leve o bronze nesta que é a última competição para o ranking de qualificação olímpica.
Isenta da ronda inaugural, Catarina começou o campeonato com ippon frente à azeri Layla Aliyeva (23.ª) a 1.28m do fim, ao tentar uma segunda projeção sem nunca ter largado a manga da adversária depois de um primeiro ataque, o que não permitiu que Aliyeva recuperasse o equilíbrio. Foi a sexta vez que as duas se encontraram e a vantagem é de 5-1 a favor da portuguesa.
De seguida, necessitou de 44s de prolongamento para impor um terceiro castigo, por passividade, à judoca de Taipé Chen-Hao Lin (39.ª), frente à qual nunca perdeu (4-0).
Mais complicado foi o confronto dos quartos de final, face a Baasankhuu Bavuudors (5.ª), campeã asiática em 2004. A mongol conseguiu um primeiro wazari aos 2.03m para depois resolver tudo 44s depois com um segundo wazari num embate que foi uma estreia.
Medalha de bronze há um mês no Europeu de Zagreb, terceiro pódio consecutivo no campeonato após ter sido vice-campeã em Sófia-2022 e Montpellier-2023, na repescagem para passar à luta pelo 3.º lugar, Catarina resolveu um combate taticamente bem controlado com um wazari a Natasha Ferreira (30.ª), outra judoca que nunca encontrara no Circuito Mundial.
Curiosamente, quando Catarina Costa foi para a sua primeira luta, já os outros três judocas nacionais que também estiveram em ação neste dia inaugural, dos 13 que Portugal levou a Abu Dhabi, estavam eliminados. Nos casos de Rodrigo Lopes (-60 kg) e Maria Siderot (-52 kg) isso terá significado não terem alcançado o apuramento para os Jogos.
Primeira a entrar em prova, Raquel Brito (-48 kg, 50.ª) foi afastada pela turca Tugce Beder (18.ª) com um wazari a 37s do fim.
Já SIderot (27.ª), ainda ultrapassou Kelly Deguchi (33.ª) depois de ter marcado wazari aos 3m de confronto e tendo imposto dois shidos à canadiana. No entanto, na segunda ronda, a francesa Amandine Buchard (3.ª), campeã europeia e bronze no último mundial, medalha que pela qual volta a estar a lutar esta tarde, levou a melhor com um ippon quando restavam 2.07m no cronómetro.
Quanto a Rodrigo, não conseguiu anular o wazari que o israelita Yam Wolzczak obteve aos 2.08m.
Após os resultados de Maria e Rodrigo, a Seleção têm ainda Telma Monteiro (-57 kg), Taís Pina (-70 kg) e João Fernando (-81 kg) na corrida aos Jogos de Paris-2024 e com todos a terem a hipóteses de qualificação direta ou por quotas continentais, enquanto Catarina Costa (-48 kg), Bárbara Timo (-63 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Rochele Nunes (-100 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg) estão (não oficialmente) apurados e no Mundial só desejam poder lá chegar como cabeças de série.
Fonte: A Bola