A Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) é considerado fundamental pelas autoridades moçambicanas, por isso exortam para a necessidade de flexibilização das actividades que promovam o dinamismo comercial intra-regional, tal que seja robusto e inclusivo, embora em diversas ocasiões a comunidade empresarial moçambicano tenha manifestado desconforto com a adesão do Pais, afirmando que a realidade económica do Pais ainda não esta preparada para aderir à ZCLCA em termos vantajosos.
Em pronunciamento feito na 40ª Sessão da Assembleia Geral do Conselho de Governadores do Banco de Comércio e Desenvolvimento da África Oriental e Austral (TDB) e a 2ª Assembleia Geral do Conselho de Governadores do Fundo de Comércio (TDF), esta terça-feira, 30/07, em Maputo, em Maputo. O Primeiro-ministro moçambicano, Adriano Maleiane, sublinhou a importância do comércio pan-africano.
A ZCLCA, um dos maiores acordos comerciais do mundo, visa criar um mercado único para bens e serviços, facilitando a livre circulação de empresas, pessoas e investimentos dentro do continente africano. A operacionalização eficaz da ZCLCA pode significar um aumento significativo no comércio intra-africano, promovendo o desenvolvimento económico e a integração regional.
A ZCLCA representa um mercado de aproximadamente 1,3 bilhão de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de cerca de 3,4 trilhões de dólares. Este vasto mercado tem o potencial de criar uma das maiores zonas de comércio livre do mundo, facilitando um crescimento económico significativo e a integração comercial entre os países africanos. A implementação eficaz do ZCLCA pode levar a um aumento substancial no comércio intra-africano, impulsionando o desenvolvimento económico e a redução da pobreza em todo o continente.
Contribuição do TDB e TDF para Moçambique
O grupo TDB tem desempenhado um papel crucial no financiamento de projectos em várias áreas-chave em Moçambique
Por exemplo, no sector de energia o TDB tem um financiamento de 108 milhões de dólares para o projeto de Gás Natural Liquefeito (GNL) em Cabo Delgado, esperado para criar milhares de empregos e gerar receitas significativas. Na agricultura, a instituição financeira pan-africana tem estado a apoiar financeiramente o fomento, processamento e exportação de cereais como milho, gergelim e castanha de caju, integrando agricultores familiares nas cadeias de valor produtivas através de tecnologias agrícolas modernas. Nas infraestruturas, o TDB/TDF tem estado a financiar projectos que fortalecem a integração económica regional e melhoram as relações comerciais entre Moçambique e países do interior.
Desempenho e expansão do TDB
Ernesto Max Tonela, Ministro da Economia e Finanças, destacou a honra de Moçambique em sediar as reuniões anuais do TDB e TDF, um reconhecimento do compromisso do País com o desenvolvimento económico e a cooperação regional.
O evento em Maputo, que se realizou sob o tema “Estratégias para Aproveitar o Comércio e o Desenvolvimento para Promover o Crescimento Inclusivo e a Sustentabilidade na Região”, proporcionou uma plataforma para discutir estratégias inovadoras que beneficiem todos os membros do TDB. A escolha de Moçambique como sede das reuniões é um testemunho do papel crescente do País na promoção do desenvolvimento económico e integração regional na África.
A defesa da operacionalização da AFCFTA por Moçambique, aliada ao suporte financeiro do TDB e TDF, destaca uma abordagem integrada para o crescimento económico inclusivo e sustentável no continente africano.
Adamassu Tadesse, Director Executivo do TDB, anunciou a adesão de seis novos países (Botswana, Gana, Senegal, Maurícias, entre outros) como accionistas, além de um aumento de 20% nos activos capitais, atingindo pela primeira vez 20 milhões de dólares em capital próprio. Os lucros líquidos do grupo cresceram para um histórico de 230 milhões de dólares.
Fonte: O Económico