Na, sexta-feira 27/04, foi formalmente iniciado a implementação do projecto que conduzira a edificação do Porto de Peca de Angoche, no litoral da Província de Nampula, Norte de Moçambique, uma infraestrutura orçada em 50 milhões de dólares norte-americanos e que deverá estar concluída dentro de 24 meses.
A infra-estrutura terá uma capacidade de acostagem, em série, de 65 embarcações, entre artesanais e industriais, num cais de 380 metros de comprimento e 30 de largura, bem como outras facilidades.
O Presidente da Republica Filipe Nyusi,que lançou a primeira pedra, associou o início da construção do porto de pescas às potencialidades de Angoche na indústria do caju, arroz, extracção de areias pesadas, exploração de hidrocarbonetos, turismo e a conclusão da asfaltagem da estrada regional 104 que liga à capital provincial Nampula.
“A disponibilidade de infraestruturas posiciona o distrito de Angoche, com tudo, para tirar partido do seu potencial económico, com o pescado para consumo interno e exportação, a recuperação industrial das áreas dedicadas ao processamento de caju e arroz, investimento para atrair o turismo, com efeitos transversais na criação de empregos, no sector mineiro, a extracção de areias pesadas e o potencial de hidrocarbonetos”, explicou.
Nyusi sublinhou que a construção do porto de Angoche, em toda a sua cadeia de valor, irá ajudar muitas famílias e as comunidades de uma maneira geral.
“A construção do porto de pesca de Angoche constitui a materialização de um dos objectivos do nosso plano quinquenal que visa edificar infra-estruturas que facilitem e apoiem as actividades que concorram para a criação de empregos e a consolidação de cadeias de valores dos diversos sectores da economia, tirando partido, neste caso, dos nossos recursos naturais”, disse.
O Presidente lembrou que Angoche faz parte do banco de Sofala, zona de maior pescado de Moçambique e que a construção do porto de pescas constituirá um ponto de confluência dos pescadores artesanais.
“Não há exclusão, haverá inclusão, todos têm espaço neste porto. Além de assegurar as melhores condições de atracagem para as embarcações e de produção, processamento, conservação e venda de pescado diverso, irá alavancar a exportação de produtos pesqueiros e contribuir para a melhora da balança de pagamento do país”, destacou Nyusi.
O Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África (BADEA) financiou com 33 milhões de dólares norte-americanos e o seu representante em Moçambique, Tshepelavi Kabata, que esteve presente na cerimónia de lançamento das obras de construção do porto, destacou que esta acção é um marco importante da cooperação entre a sua instituição e o país.
Kabata sublinhou que o acto é um importante marco da cooperação entre o governo de Moçambique e o BADEA e faz parte dos financiamentos que faz, juntamente com os seus parceiros, também noutros sectores como transportes, saúde e electricidade.
“Hoje reafirmamos o nosso cometimento em continuar a mobilizar financiamentos para a agenda de desenvolvimento de Moçambique que se alinha com a estratégia do BADEA, da Agenda da União Africana e da Economia Azul”.
Na fase de construção, a infraestrutura irá proporcionar 400 empregos directos, que descerão para 100 após a conclusão.
Terá ainda capacidade para armazenamento de 350 toneladas de pescado em sete câmaras frigoríficas a que se juntam outras duas de congelação rápida para 200 toneladas.
Prevê-se, ainda, a instalação de uma fábrica de gelo de 60 toneladas e uma zona com capacidade para 52 contentores.
Fonte: O Económico