cortes nas taxas do Federal Reserve dos EUA e alguns traders aumentam as apostas em uma segunda presidência de Donald Trump.
O ouro à vista subiu até US$ 2.462,54 a onça, ultrapassando um pico histórico anterior estabelecido no final de Maio. A alta ocorre enquanto sinais de desaceleração da inflação nos EUA alimentam especulações de que o banco central em breve começará a reduzir as taxas de juros. Taxas altas tendem a ser negativas para o ouro, que não rende juros.
Mesmo assim, o metal ainda disparou quase 20 por cento neste ano, apoiado por grandes compras de bancos centrais, forte apetite do consumidor na China e demanda por activos de refúgio em meio a tensões geopolíticas. Um aumento recente nas participações de fundos negociados em bolsa também está a ajudar o momento ascendente.
“Optimismo sobre cortes nas taxas de juros dos EUA, já que mais dados econômicos apoiam o caso de um pivô do Fed, está a apoiar o ouro”, disse à agência Bloomberg, Ewa Manthey, estrategista de commodities do ING Bank NV. “O ouro está pronto para manter seu ímpeto positivo em meio ao atual cenário geopolítico e macroeconómico global, enquanto a demanda do banco central deve crescer.”
Na segunda-feira, 15/07, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que dados recentes deram aos formuladores de políticas maior confiança de que a inflação está a cair para a meta do banco central, que é de 2%, e os operadores agora veem duas reduções de um quarto de ponto percentual nas taxas neste ano.
Os traders têm adicionado apostas de que haverá três cortes neste ano depois que o Goldman Sachs Group Inc. disse que as condições estavam maduras para flexibilização, com “uma justificativa sólida” para que as autoridades reduzissem as taxas já em julho.
O último rali do ouro não é necessariamente inesperado. Em Junho, a consultora Metals Focus previu um novo recorde este ano, enquanto no início deste mês o Citigroup Inc. disse que seu caso base para o ouro em 2025 era de US$ 2.700 a US$ 3.000 a onça.
Momento Trump
Investidores em todos os mercados também estão a ponderar a crescente probabilidade de que Trump retorne à Casa Branca, à medida que sua candidatura ganha força após uma tentativa frustrada de assassinato no fim de semana e a rejeição de um processo criminal contra ele. Uma presidência de Trump pode ter impactos positivos e negativos potenciais sobre o ouro, disse à Bloomberg, Giovanni Staunovo, analista de commodities do UBS Group AG.
Pode levar a “cortes de impostos, apoiando uma mudança para acções e, eventualmente, limitando cortes de taxas mais rápidos”, disse ele. Ainda assim, os cortes de impostos também impactariam os saldos fiscais dos EUA, potencialmente enfraquecendo o status do dólar e empurrando os compradores para ativos de refúgio seguro, como o ouro, ele disse.
O ouro à vista subiu 1,6 por cento, para US$ 2.461,22 a onça às 16h32 em Londres. O Bloomberg Dollar Spot Index teve pouca alteração, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos caíram. A prata e o paládio avançaram, enquanto a platina caiu ligeiramente.
Fonte: O Económico
