Renúncia de administradores está colocada de parte; sem poder de veto, não há entrada na SAD antes da Assembleia Geral; compilados dossiês são alvos de profunda análise
Tendo em conta que nenhum administrador da SAD manifesta vontade de renunciar ao cargo apesar dos insistentes apelos de André Villas-Boas e de Pinto da Costa ter garantido que irá mesmo levar o seu cargo como líder da Administração até à final da Taça de Portugal, os novos corpos sociais estão praticamente de mãos atadas e não podem tomar qualquer decisão importante para o futuro do clube até dia 28, dois dias após a final da Taça de Portugal e data para a qual foi agendada a Assembleia Eleitoral da SAD do FC Porto, na qual será conduzida à liderança a Administração comandada por André Villas-Boas, com os acionistas a encontrarem-se, pelas 11.30 horas, no Estádio do Dragão.
A BOLA sabe que têm existido contactos diários entre as equipas jurídicas de ambas as partes, acesso total a informação e contratos, mas o facto de o CFO Pereira da Costa não ter sido cooptado com direito de veto inviabiliza, desde logo, qualquer poder de decisão.
Nessa conformidade, André Villas-Boas está assim numa espécie de camisa de forças e sente que o futuro do FC Porto poderá estar a ser comprometido, uma vez que entende que o tempo urge e há decisões que precisam de ser devidamente analisadas e tomadas em benefício do FC Porto.
A tão desejada transição pacífica poderá ter contornos gravosos para o clube e, nem mesmo com a chamada de atenção que André Villas-Boas fez durante o seu discurso após a tomada de posse, os administradores Pinto da Costa, Adelino Caldeira, Fernando Gomes, Vítor Baía e Luís Gonçalves optaram por se demitirem, abrindo, assim, as portas à entrada da nova equipa de André Villas-Boas em força na SAD.
Os próximos tempos serão de análises exaustivas às contas, aos contratos, às dívidas a fornecedores, processos em tribunais e outros temas relacionados com a SAD, sabendo André Villas-Boas que terá de encontrar dinheiro para injetar na tesouraria para pagar os compromissos mais prementes, designadamente ordenados a funcionários e jogadores.
Refira-se ainda que uma das promessas eleitorais e que André Villas-Boas fará mal tome posse como presidente da SAD passa por duas auditorias forenses às contratações feitas nos últimos anos à equipa B e também à bilhética.
Entretanto, Mário Santos, diretor das modalidades, reuniu-se já com os responsáveis de vários departamentos do clube que estão fora da alçada da SAD. O responsáveis máximo pelas modalidades do FC Porto já se inteirou de vários dossiês, preconizando mudanças profundas nas várias secções, mas que apenas serão implementadas na próxima época.
O dirigente não quer beliscar o trabalho que está a ser desenvolvido nas várias modalidades e departamentos, tanto mais que em todas eles o FC Porto está a disputar títulos nacionais e no caso do hóquei em patins uma possível revalidação de campeão europeu da modalidade.
Fonte: A Bola
