Especialista de A BOLA lembra que «é muito difícil ser árbitro em Portugal»
É muito difícil ser árbitro em Portugal
Ser árbitro em Portugal é uma tarefa dificílima, em que poucas vezes os intervenientes colaboram, por focarem demasiado nas decisões dos juizes e menos no seu próprio desempenho.
Fábio Veríssimo teve um jogo que se tornou extremamente complicado de dirigir e sobretudo, gerir.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
5′ Lance subjetivo e de interpretação, é importante sublinhá-lo. A nossa opinião não coincide com a da equipa de arbitragem: Jorge Fernandes colocou o braço direito na anca e depois costas de Galeno, que entrava na área adversária em grande velocidade. Nessas circunstâncias qualquer toque arriscado desequilibra. Foi por isso que o avançado chocou depois com Manu, caindo de seguida. Em qualquer outra parte do terreno, nem haveria discussão sobre a clareza da infração. Na área também devia não deveria haver.
12′ Não há dúvidas de que Nico González carregou e rasteirou Tiago Silva no lance que deu origem ao primeiro golo do Vitória. A dúvida, que a TV não esclareceu, foi saber se antes Jota Silva atingiu ou não a barriga de Fábio Cardoso, após possível jogo perigoso com contacto.
19′ Bola lançada para a área do Vitória tocou no braço direito de Manu, que nada fez de anormal ou irregular. Lance legal.
25′ Wendell derrubou João Mendes, na sequência de abordagem impetuosa no limite da sua área (mas fora). O árbitro nada assinalou.
31′ Toque (muito) subtil de Tiago Silva derrubou Wendell. Pontapé-livre bem assinalado por Fábio Veríssimo.
36′ Desconcentração da equipa de arbitragem: foi Manu quem tocou claramente na bola pela sua linha de baliza. Era pontapé de canto para o FC Porto.
37′ Wendell entrou bem acima do que devia quando atingiu Bruno Gaspar com negligência, mas a verdade é que o jogador do FC Porto foi tocado antes por Tiago Silva em falta não assinalada.
45+1′ Afonso Freitas derrubou Francisco Conceição com negligência e cortou um ataque prometedor. Viu com justiça o amarelo.
50′ Francisco Conceição atingiu Ricardo Mangas (mão na cara) sem ser assinalada falta. A infração ocorreu à frente do árbitro assistente.
52′ Tomás Ribeiro derrubou Namaso, impedindo saída em velocidade do inglês. A infração antidesportiva foi bem sancionada com advertência.
62′ Gesto irrefletido de João Mário na forma como protestou uma decisão (arremessou bola contra o solo). Amarelo bem exibido.
63′ Manu foi advertido após infração com o braço que pareceu demasiado potenciada por Nico González. O árbitro fez leitura distinta.
68′ Expulsão de Pepe em lance em que as imagens falam por si: protestos junto do árbitro e pelo menos por duas vezes sinal gestual de óculos, desde sempre entendido como chamar ceguinho ao árbitro. Cartão vermelho bem mostrado. Muito bem Fábio Veríssimo.
74′ Varela tentou intercetar a bola, saltando com esse objetivo (não a tocou). Taremi tentou o mesmo e conseguiu, com a diferença de que o fez em salto, de costas, para cima do guarda-redes vimaranense. Falta atacante bem assinalada.
87′ Tiago Silva e Galeno conseguiram não ver amarelo depois de troca de mimos (mútua) demasiado antidesportiva. Alguém devia ter informado o árbitro sobre aquilo que ele não conseguiu ver.
89′ Amarelo bem mostrado a Nélson Oliveira, após travar Francisco Conceição de forma antidesportiva.
90′ João Mário colocou os dois braços sobre Jota Silva e este em Ivan Jaime. A haver infração seria sempre a primeira (do jogador azul e branco).
90+3′ Nélson Oliveira tocou com a mão na cara de Zé Pedro. Sem maldade, na busca pela bola e na rotação. Falta bem assinalada.
90+4′ Taremi tentou passar entre Borevkovic e Tiago Silva. Ao fazê-lo, levou o pé esquerdo ao contacto com a perna direita do português, caindo de seguida. Em nenhum momento houve infração de quem defendia. Bem o árbitro ao nada assinalar.
Nota: 4
Fonte: A Bola
