A informação é divulgada pelo Notícias ao Minuto. As forças militares do Burkina Faso mataram 223 civis, incluindo bebés e crianças, em ataques a duas aldeias acusadas de cooperar com terroristas, denunciou a organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) num relatório divulgado na quinta-feira.Os assassínios em massa ocorreram a 25 de Fevereiro nas aldeias de Nondin e Soro, no norte do país, e cerca de 56 crianças estavam entre os mortos, segundo o relatório.A organização de defesa dos direitos humanos apelou às Nações Unidas e à União Africana para que disponibilizem investigadores para apoiarem os esforços locais para levar os responsáveis à Justiça.O porta-voz da ONU Stéphane Dujarric declarou que as Nações Unidas não têm qualquer confirmação do ataque, mas acrescentou: “Posso dizer-vos que estes relatos são extremamente, extremamente perturbadores e que iremos analisá-los”.“Os massacres das aldeias de Nondin e Soro são apenas os mais recentes massacres de civis pelos militares do Burkina Faso nas suas operações de combate à insurreição”, afirmou a diretora executiva da HRW, Tirana Hassan, num comunicado.“A assistência internacional é fundamental para apoiar uma investigação credível sobre possíveis crimes contra a humanidade”, sublinhou.O outrora pacífico Burkina Faso tem sido devastado pela violência que opõe extremistas islâmicos ligados à Al-Qaida e ao grupo Estado Islâmico (EI) às forças apoiadas pelo Estado.Ambas as partes têm atacado civis, obrigando à deslocação de mais de dois milhões de pessoas, mais de metade das quais são crianças.A maioria dos ataques não é denunciada nem punida, num país governado por uma liderança repressiva que silencia os dissidentes.Mais de 20.000 pessoas foram mortas no Burkina Faso desde que a violência ligada à Al-Qaida e ao EI pela primeira vez se abateu sobre o país da África Ocidental há nove anos, de acordo com o Projeto de Localização e Números de Conflitos Armados, uma organização sem fins lucrativos com sede nos Estados Unidos.
Fonte:O País