CFM investiu, em 2023, MT 8.748 milhões, mais de 12% face a 2022, mas resultado operacional cai 36%

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Os resultados de 2023 foram afectados por uma série de contrariedades, entre elas as enxurradas na Zona Sul e o Ciclone Freddy na Zona Centro, que causaram danos consideráveis nas linhas férreas e consequente interrupção das circulações.

 

À esses males, de acordo com o Presidente do Conselho de Administração dos CFM, Agostinho Langa Júnior, o desempenho dos CFM foi ainda afectado pelo mau desempenho das congéneres da África do Sul e do Zimbabwe, que ditou o desvio de muita carga para a rodovia, destinada aos Portos de Maputo e Beira, respectivamente. “Não menos importante foi também a queda do preço do carvão, sobretudo o térmico”. Acrescentou.

Falando na abertura do vigésimo sétimo Conselho de Directores da Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), o PCA Agostinho Langa Júnior, referiu-se aos obstáculos imprevistos enfrentados como tendo sido um teste, a capacidade de resiliência da empresa e, por outro, “despertam em cada dos gestores para a busca de soluções que passam pela audácia, imaginação e criatividade, tendo em vista ultrapassarmos os desafios que surgem e, com isso, conduzirmos a nossa Empresa a bom porto”.

 

 

 

Foi nesse esforço que, de acordo com o PCA, citando dados provisórios na medida em que os finais ainda estão sujeitos as auditorias em curso, “resultaram num investimento total de cerca de 8.748 milhões de meticais, representando 90% do orçado e um crescimento em relação a igual período homólogo de 2022 em 12%”.

 

Dos investimentos previstos para 2023, o PCA dos CFM, destacou, dois grandes projectos, designadamente, a Reabilitação e Expansão do Porto de Nacala e a Reabilitação da Linha de Machipanda.

Na área Ferroviária destacou ainda, Agostinho Langa Júnior, o projecto da Duplicação da Linha de Ressano Garcia, no troço entre Secongene e Movene- I Fase, a Requalificação da Estação Central de Maputo; bem como, a Aquisição de Meios Circulantes, 10 Locomotivas e 420 Vagões.

 

Na área Portuária, o PCA dos CFM mencionou a Expansão do Cais do Terminal de Petróleos do Porto da Beira e a Aquisição de 2 Rebocadores e duas Lanchas para o Porto de Nacala.

 

“A concretização desses Projectos permite que mantenhamos o ritmo dos resultados satisfatórios que temos vindo a registar na nossa Empresa”. Disse.

 

Os dados apresentados na reunião magna do CFM indicam que em 2023, em todo Sistema Ferro-Portuário, foram transportadas cerca de 26,6 milhões de toneladas líquidas, um crescimento de 8% relativamente ao período homólogo de 2022.

“Nas Linhas operadas pelo CFM, foram transportadas cerca de 12,4 milhões de toneladas líquidas, representando um ligeiro crescimento de 1% comparativamente ao igual período de 2022, em que foram transportadas 12.3 milhões de toneladas líquidas”. Detalhou.

 

No que concerne ao transporte de passageiros, considerada “uma grande contribuição social”, foram transportados pouco mais de 7 milhões de passageiros, o que corresponde a um crescimento de 25%, quando comparado ao período homólogo de 2022.

Na área Portuária, sob ponto de vista global, o CFM registou, igualmente, “uma apreciável subida”, ao manusear 63,4 milhões de toneladas métricas, contra 56,5 milhões registadas no igual período de 2022.

Nos terminais sob gestão do CFM, foram manuseadas, durante período em referência, cerca de 12,3 milhões de toneladas métricas, contra 13,2 milhões manuseadas em 2022, o que representa uma redução na ordem de 7%, comparativamente a 2022, como reflexo da queda das exportações do carvão e das importações dos combustíveis líquidos através dos respectivos terminais do Porto da Beira.

 

Assim, ainda que a título provisório, o PCA do CFM avançou que os “resultados produtivos” apresentados fazem com que o desempenho económico-financeiro de 2023 seja positivo, embora tenha falhado as metas, pelas razões que anteriormente indicou.

“É assim que os resultados, antes dos impostos, atingiram cerca de 4.206,42 milhões de meticais (o equivalente a US$ 65,7 milhões) contra 9,6 mil milhões de meticais orçados, o que representa uma realização de 44% e um crescimento de 4%, comparativamente ao resultado do ano de 2022”. Pormenorizou Agostinho Langa Júnior. 

 

O resultado operacional do CFM foi de cerca de 1.051,4 milhões de meticais (equivalentes US$ 16,4 milhões de dólares americanos, o que representa uma queda de 36%, comparativamente ao realizado no ano de 2022, cujo resultado operacional se situou em cerca de 1.630,85 milhões de meticais.

Fonte: O Económico

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