Os constrangimentos enfrentados pelas empresas no país aumentaram de Janeiro a Março deste ano. Uma publicação recente do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostra que, durante o período em análise, 31% das empresas inquiridas enfrentaram algum obstáculo, um aumento de dois pontos percentuais face ao trimestre anterior (Outubro a Dezembro de 2023).
De acordo com o inquérito feito a gestores de empresas, o aumento da proporção de empresas com constrangimentos foi influenciado pelo incremento de dificuldades nos sectores de comércio (26%) e da produção industrial (38%).
Importa destacar que os sectores da produção industrial e de serviços registaram a maior proporção de empresas com constrangimentos de todos os sectores inquiridos. O objectivo da publicação é dar informação aos utilizadores sobre gestão e monitorização da política económica.
No sector industrial, por exemplo, piorou a falta de matéria-prima, houve mais dificuldades de acesso ao crédito e problemas de concorrência, revela o “Indicadores de Confiança e de Clima Económico”, uma publicação feita esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística.
“Uma série de factores continuou a afectar o sector industrial, destacando-se a falta de matéria-prima (27%), a falta de acesso ao crédito (19%) e a concorrência (15%) como principais obstáculos que dificultaram o desempenho do sector”, lê-se no documento. No período em análise, cerca de 26% das empresas do sector do comércio enfrentou dificuldades no desempenho da actividade, o que correspondeu a um aumento de cinco pontos percentuais de firmas do sector com limitação da actividade face ao trimestre anterior.
“Os principais factores continuaram a ser a baixa procura (61%) e a concorrência (15%) em ordem de importância”, pode-se ler nos “Indicadores de Confiança e de Clima Económico”.
Entretanto, a publicação trimestral do Instituto Nacional de Estatística (INE) avança que, apesar das dificuldades enfrentadas, o clima económico das empresas continuou com a recuperação nos primeiros três meses deste ano de 2024, se comparado com o último trimestre de 2023, mantendo a tendência que se verifica pelo terceiro trimestre consecutivo.
“Esta conjuntura favorável foi influenciada pelas expectativas de subida da procura, não obstante as expectativas baixas de emprego no mesmo período de referência”, disseram os agentes económicos ouvidos acerca da evolução da sua actividade e das suas perspectivas.
Os gestores disseram ao Instituto Nacional de Estatística que as suas perspectivas de emprego registaram uma queda ligeira no primeiro trimestre de 2024, interrompendo o perfil favorável ao qual se assistia desde o segundo trimestre de 2023.
“Essa queda da perspectiva de emprego no trimestre em análise deveu-se a uma apreciação negativa do indicador em todos os sectores-alvo do inquérito, com maior destaque, em termos de amplitude, para os sectores de serviços e de comércio, que diminuíram substancialmente no período em análise”, consideraram os agentes económicos inquiridos.
Os agentes económicos falaram essencialmente acerca de expectativas de curto prazo sobre emprego, procura, encomendas, preços, produção, vendas e limitações da actividade. O inquérito é realizado a empresas do sector não financeiro.
Fonte:O País