Com cerca de 7 milhões de infectados em todo o mundo e aproximadamente 12 mil mortes por ano, a doença de Chagas segue causando sofrimento e desigualdades.
Por isso, para marcar o Dia Mundial da Doença de Chagas, a Organização Mundial da Saúde, OMS, apela por acesso equitativo aos cuidados e serviços de saúde para todas as pessoas afetadas.
40 mil novos casos por ano
O tema para 2024 é “Enfrentar a doença de Chagas: detectar precocemente e cuidar por toda a vida”.
A OMS defende que haja mais financiamento, apoio para o diagnóstico e iniciativas abrangentes de acompanhamento para lidar com os 30 mil a 40 mil novos casos registrados todos os anos.
A doença de Chagas é prevalente entre as populações pobres da América Latina, mas é cada vez mais detectada em outros países e continentes. Estima-se que cerca de 75 milhões de pessoas correm o risco de adquirir a doença.
Devido ao aumento da mobilidade populacional, a maioria das pessoas infectadas vive agora em ambientes urbanos e casos já foram detectados em 44 países, incluindo Canadá, Estados Unidos, muitos países europeus e algumas nações do Pacífico Ocidental, África e Mediterrâneo Oriental.
Populações negligenciadas
A enfermidade é frequentemente denominada como uma “doença silenciosa e silenciada”, pois atinge principalmente pessoas e populações negligenciadas e a maioria dos infectados não apresenta sintomas significativos. No entanto, sem tratamento, pode levar a graves alterações cardíacas, neurológicas e digestivas e tornar-se fatal.
A OMS pede por sistemas robustos de vigilância e rastreio, começando ao nível dos cuidados primários. Além disso, a agência pede mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e diagnósticos para combater eficazmente a enfermidade.
O Dia Mundial da Doença de Chagas foi marcado pela primeira vez em 2020. Desde então, a data tem sido usada como oportunidade de conscientização global.
Características da doença
A doença de Chagas pode ser transmitida pelo vírus triatomíneo, que é carregado por insetos vetores, por via oral através de alimentos, durante a gravidez ou parto e por meio de sangue ou derivados sanguíneos, transplante de órgãos e acidentes laboratoriais.
A enfermidade tem cura se o tratamento antiparasitário for iniciado precocemente, na fase aguda. Já na fase da infecção crônica, o tratamento e o acompanhamento podem impedir ou reduzir a progressão da doença e prevenir a transmissão, por exemplo, durante a gravidez e o parto.
Até um terço das pessoas com infeção crônica desenvolvem alterações cardíacas e uma em cada 10 desenvolve alterações digestivas, neurológicas ou mistas que podem necessitar de tratamento específico.
Fonte: ONU