Analistas divergem quanto ao debate de regionalismo na escolha do candidato da Frelimo

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Há  muito que a origem étnica ou regional tem sido tema de debate na indicação dos candidatos da Frelimo para a Presidência da República. E o tema diverge opiniões. O sociólogo comentador do Noite Informativa, da Stv Notícias, Hélder Jauana, diz não ser apologista de um debate sobre o regionalismo.

“Eu sou contra o debate étnico-tribal, porque não é a região que é determinante para um indivíduo ser ou não candidato”, realçando que é a forma como vê o mundo, até porque “não me identifico como ndau, como changana, como ronga, mas como moçambicano”.

Hélder Jauana diz que as competências dos candidatos é que devem ser levadas em consideração na sucessão dos candidatos presidenciais na Frelimo e não a origem étnica ou regional.

“Não é a origem do candidato que é determinante, mas é importante que seja eleito e surja um candidato que tenha a capacidade de pegar neste país e catapultar para uma nova fase, dialogando com todos os actores políticos, e não só, com a sociedade civil, assumindo que somos todos moçambicanos”, disse.

Para Borges Nhamirre, a questão étnica é extremamente relevante, sobretudo no contexto político nacional. Nhamirre começa por colocar questões pertinentes em relação à ambição dos moçambicanos em cada região. “Quem é que não quer que da sua povoação saia um presidente? E quem não quer que da sua província saia um presidente? Quem não quer que da sua região saia um presidente? Então, não vamos enganar-nos. A questão étnica e regional é fundamental, sim”, remata.

Para este analista político, “num Estado igual ao nosso que não é Nação-Estado, mas sim Estado-Nação, já que primeiro se constrói um Estado e depois se constrói a Nação, de várias nações, queremos sentir-nos representados”, por isso a preponderância do regionalismo no debate da sucessão na liderança da Frelimo.

“Imagine se houvesse um parlamento em que há uma província sem deputado eleito para esse parlamento, faria sentido? Estados como Moçambique, que normalmente são diferentes dos diversos, e as pessoas nem se conhecem, nem se entendem, nem falam a mesma língua e não têm nada em comum, essas pessoas precisam de se sentir representadas nas instituições relevantes do Estado” e a mais relevante, para Borges Nhamirre, é a presidência da República.

Por isso mesmo, segundo Nhamirre, “é legítimo que as pessoas do norte do Save contestem que os primeiros 40 anos da República de Moçambique foram governados por pessoas do Sul do Save”, justificando a aspiração de os povos de Centro quererem um presidente vindo daquela região.

Nhamirre afirma que a medida contribuiria na resolução de vários impasses que minam o crescimento das regiões do país.

Fonte:O País

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