No último fim de semana, o Barcelona venceu o Alavés, em uma partida da LaLiga, com um gol marcado por Vitor Roque – uma contratação deste inverno. O problema é que o brasileiro também recebeu um cartão vermelho direto, depois que o árbitro lhe mostrou dois cartões amarelos. O segundo deles gerou muita polêmica, pois o ex-jogador do Flamengo apenas passou de lado por Rafa Marín, que estava fazendo a entrada.
Xavi Hernández, imediatamente após o jogo, disse que o clube iria recorrer da punição porque se tratava de um “erro” do árbitro. Isso já foi feito em duas ocasiões e ambas foram rejeitadas. A primeira foi para o Comitê de Competição, o primeiro órgão ao qual se recorre nesses casos. Já a segunda, para o Comitê de Apelação, que resolve em caso de desacordo com a determinação anterior.
Em um documento de quatro páginas, ao qual o ‘Mundo Deportivo’ teve acesso, as autoridades desenvolvem o seguinte: “Após estudar os argumentos e alegações do Barcelona e, especialmente, depois de analisar cuidadosamente a prova videográfica apresentada, os membros deste Comitê de Apelação, de forma unânime, entendem que não é possível apreciar um erro material manifesto, capaz de desvirtuar a presunção de veracidade do relatório arbitral, uma vez que as imagens são, em todo caso, compatíveis com o que está refletido no relatório”.
“É preciso partir do pressuposto de que, o que é decidido nos órgãos disciplinares não é a prova do que realmente aconteceu, mas algo muito mais modesto: se o que é visto nas evidências, neste caso, especificamente nas imagens de vídeo, é compatível com o que está refletido no relatório, nesta situação ‘atingir o adversário com o pé de maneira temerária’, independentemente de outras versões também serem possíveis, incluindo a do clube recorrente”, continua.
“E o que é visto nas imagens é perfeitamente compatível com os fatos descritos no relatório, por mais que também possa ser interpretado de outra maneira. Especificamente, em relação às alegações apresentadas pelo Barcelona, como também tendo sido examinado repetidamente o material videográfico apresentado, pode-se observar como, de fato, Vitor Roque intervém no lance em questão, realizando um comportamento compatível com a descrição contida no relatório”, acrescenta.
“Neste caso, à luz da documentação e da prova videográfica nos autos, na opinião deste Comitê de Apelação, não se pode qualificar como impossível ou como um erro flagrante a apreciação feita pelo árbitro, ao assinalar no relatório, que o jogador do Barcelona foi advertido por impactar com o pé a perna de um adversário, na disputa da bola”, continua. Esta é a parte crucial: o que a Apelação defende é que não pode reavaliar a jogada e que, embora pareça um erro ao Barcelona, não lhe parece flagrante. Caso fosse, daria margem para interpretação.
“Sobre este último lance de jogo, deve-se esclarecer que as imagens não permitem observar o incidente com a clareza desejável que permitiria apreciar, sem sombra de dúvida, um erro material manifesto e evidente, ao oferecer uma visão incapaz de comprovar a versão dos fatos defendida pelo clube (sem esquecer que este reconhece a existência de contato entre os jogadores, na página 2 de sua alegação), de modo que seus apontamentos não podem ser consideradas e em nada alteram a compatibilidade dos fatos com a apreciação destes, feita pelo árbitro no relatório”, conclui o texto.
Fonte: Besoccer
