Os artistas e activistas socioculturais moçambicanos, Moreira Chonguiça (saxofonista) e Paulina Chiziane (escritora), estão nos Estados Unidos da América, onde vão participar de diversos programas de celebração da literatura e música moçambicanas.
Denominado Living, o programa terá o seu ponto mais alto no dia 28 de Fevereiro corrente, no campus principal da Universidade de Georgetown.
“É sempre uma honra poder falar do nosso país em outros quadrantes do mundo. Durante uns tempos estávamos a consumir o que é dos outros. Entretanto, nós temos o nosso turismo, a nossa Literatura, a nossa música, gastronomia e outras valências e potencialidades como país. Creio que são essas sinergias que mostram o quanto Moçambique tem a oferecer ao mundo”, disse Moreira Chonguiça.
Moreira Chonguiça é saxofonista, músico de jazz, produtor, compositor e influenciador cultural moçambicano. Chonguiça iniciou o seu percurso musical em Maputo, Moçambique, onde começou a estudar na Escola Nacional de Música (ENM).
Após os seus estudos em Maputo, continuou os seus estudos na Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul. Com o seu público global, Chonguiça orgulha-se de partilhar o seu som africano com o mundo em geral.
O seu álbum mais recente, Sounds of Peace, lançado em Novembro de 2022, baseia-se em influências ocidentais e africanas, ao mesmo tempo que representa a herança cultural única de Moçambique através de temas musicais indígenas e canções cantadas nas línguas locais, incluindo Makhuwa, Makonde e Changana.
Chonguiça foi duas vezes nomeado para Melhor Álbum Africano nos African Global Music Awards e ganhou um prémio com o mesmo nome nos Just Plain Folks Music Awards pelo seu MP Reloaded de 2013.
Paulina Chiziane é membro do grupo Chope do Sul de Moçambique. Tendo nascido na província de Gaza, em Moçambique, em 1955, Chiziane viveu tanto a guerra colonial de independência de Moçambique como a sua subsequente guerra civil, um tema que informa grande parte da sua escrita.
Além disso, os direitos e o tratamento das mulheres na sociedade moçambicana são frequentemente abordados no seu trabalho. Ao publicar a sua primeira obra, Balada de Amor ao Vento, em 1990, tornou-se a primeira mulher a publicar um livro em Moçambique independente.
Em 2021, Chiziane tornou-se a primeira mulher africana a ganhar o prestigiado prémio Camões, a maior honraria para escritores lusófonos. Uma tradução para o inglês de O Alegre Canto da Perdiz será lançada ainda este ano.
Fonte:O País