Os preços do petróleo subiram nesta segunda-feira, 04 de Março, depois de os membros da OPEP+ terem concordado em prolongar os cortes voluntários na produção de petróleo até ao final do segundo trimestre, em grande parte em linha com as expectativas do mercado, enquanto a Rússia se comprometeu a cortar a produção e as exportações.
Os futuros do Brent estavam 14 cêntimos, ou 0,2% mais altos, a US$ 83,69 por barril, às 04h15 GMT, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subia 2 cêntimos, para US$ 79,99 por barril.
O spread inter-mensal do Brent aumentou 5 centavos para 90 centavos de dólar por barril, enquanto o spread de seis meses ganhou 15 centavos para US$ 4,49, em retrocesso, um sinal de que os comerciantes esperam que a oferta se restrinja no futuro. O backwardation refere-se a uma estrutura de mercado em que os preços imediatos são mais elevados do que os dos meses futuros.
“Os sinais de aperto no mercado físico continuam a empurrar o petróleo bruto para cima. Os cortes de produção da aliança OPEP+ continuam a reduzir a oferta, enquanto o mercado se preocupa com as novas tensões no Médio Oriente”, disseram os analistas do ANZ numa nota nesta segunda-feira, 04 de Março.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) está a estender os seus cortes voluntários de produção de petróleo de 2,2 milhões de barris por dia para o segundo trimestre, o que deverá amortecer o mercado no meio das preocupações económicas globais e do aumento da produção fora do grupo, com o anúncio da Rússia a surpreender alguns analistas.
A Rússia vai reduzir a sua produção e exportações de petróleo em mais 471 mil barris por dia no segundo trimestre, em coordenação com alguns países participantes na OPEP+, afirmou no domingo o seu Vice-Primeiro-Ministro, Alexander Novak.
Os cortes da OPEP+ conduziriam a uma produção mais baixa do grupo, de 34,6 milhões de bpd no segundo trimestre, contra uma previsão anterior de que a produção poderia subir acima dos 36 milhões de bpd em Maio, à medida que os produtores reduzissem os cortes na oferta, afirmou Jorge Leon, vice-presidente sénior da consultora Rystad Energy, numa nota, a que a Reuters teve acesso
“Este novo passo da OPEP+ mostra claramente uma forte unidade no seio do grupo, algo que foi posto em causa após a reunião ministerial de Novembro, em que Angola abandonou a OPEP”, afirmou.
“Mostra também uma forte determinação em defender um preço mínimo acima dos 80 dólares por barril no segundo trimestre”.
O aumento das tensões geopolíticas devido ao conflito Israel-Hamas e aos ataques Houthi à navegação do Mar Vermelho apoiaram os preços do petróleo em 2024, embora a preocupação com o crescimento económico tenha pesado.
Fonte: O Económico