Há mais de 40 anos, o então jogador leonino disse frase que até foi eternizada em placa no Estádio de Alvalade
O Sporting joga este sábado em Famalicão. Aí nasceu o slogan «onde vai um, vão todos». A este propósito, A BOLA falou com António Oliveira, antigo jogador e treinador, atualmente empresário de sucesso. Em 1982 proferiu uma frase que, tal como a de Rúben Amorim, também ficou para a história.
— Há 42 anos proferiu a célebre frase «Por cada leão que cair outro se levantará». Em que contexto a disse?
– Foi a dias de um Sporting-Benfica, em Alvalade, numa conversa informal com amigos, em entre eles o conhecido apresentador e sportinguista Júlio Isidro. Iria falhar um jogo importante por lesão, e os sportinguistas estavam apreensivos pela minha ausência… Saiu-me aquela frase, não a tinha preparada, foi coisa de momento. O que queria era dizer que confiava nos companheiros, não deixaríamos de ganhar por não jogar. Outro jogaria no meu lugar, e todos, unidos, dariam conta do recado. Como deram, já que o Sporting venceu 1-0.
— Há quem atribua a frase como homenagem ao seu pai, que faleceu no dia em que, na Taça dos Campeões, em 1982, despachou o Dínamo de Zagreb com três golos, aquela que foi para muitos a melhor exibição no Sporting…
– … Essa foi a segunda vez que a proferi. Ao contrário do que acontecia sempre, nesse dia ele não estava junto à porta 10-A antes do jogo para falarmos. Como estava doente, temi logo o pior… Fui a jogo — deixo para a imprensa e a memória dos sportinguistas classificar a exibição — e no final soube que o meu pai falecera nesse dia… E recordei a frase…
– Ficou surpreendido com o impacto que a frase ainda hoje tem no universo leonino?
– Fiquei porque foi algo que não foi pensado, foi uma coisa do momento. Até em placa colocada no estádio ficou eternizada…
— Tendo jogado no FC Porto, e sendo portista, o que lhe diz a forma como é tratado, e até eternizado, pelo Sporting?
– Todos sabem joguei no FC Porto e que sou portista. Mas todos sabem também que o Sporting fez, durante anos, parte da minha vida. Onde fui muito feliz. Clube do qual guardo tantas e boas recordações e ao qual estou grato. De resto, olhando para toda a carreira, posso dizer que fui feliz como jogador a brincar com o brinquedo favorito: uma bola.
— O que lhe pareceu o «onde vai um, vão todos» do Rúben Amorim…
– Foi inteligente da parte dele, não quis estar a… plagiar-me [gargalhada]. Estas frases surgem do momento, acabam por tocar no sentir dos adeptos, galvanizam num sentimento de pertença.
Fonte: A Bola