O Banco de Moçambique reduziu a taxa de juro de referência de 17,25% para 16,50%. O Governador do Banco diz que este é o início da normalização das taxas e que, em três anos, poderá estar de volta à casa dos 10%.
Na primeira vez que o Comité de Política se reuniu este ano, tomou uma decisão que não tomava desde 2020, que é baixar as taxas de juro de referência, a taxa de Política Monetária (MIMO). A redução foi de 17,25% para 16,5%.
Esta decisão poderá começar a sentir-se na vida dos devedores dos bancos e instituições de crédito em, no mínimo, um mês, depois do ajuste da Prime-rate, se está acompanhar a MIMO. E há razões para que o Banco Central tenha sido optimista.
“Esta decisão é sustentada pela consolidação das perspectivas da manutenção da inflação em um dígito no médio prazo, num contexto em que a avaliação dos riscos e incertezas associadas às projecções da inflação é mais favorável”, explica-se o Governador.
Mas adiante, Zandamela atribui essa favorabilidade a vários aspectos, entre os quais “o esforço da consolidação fiscal, a menor severidade dos eventos climáticos extremos e o impacto menos gravoso dos conflitos geopolíticos sobre a cadeia logística e sobre os preços das mercadorias a nível internacional”.
E mais, estas actuais condições permitem sonhar mais. Por exemplo, o Banco Central projecta que, em três anos, a taxa de juro de referência seja areada até 10% ou menos, mas o ritmo e a magnitude dos próximos ajustes “dependerão das projecções dos riscos e incertezas subjacente à projecção de médio prazo”.
Destaque-se, embora antes o Banco Central não olhasse bem para as decisões do Governo a nível fiscal, agora tudo mudou. O Governo já está a colaborar com a política monetária. Por isso, diz que “o passado não importa” e que o que importa é que agora “o Governo está a fazer a sua parte” e “parte desta decisão que tomámos hoje, de iniciar este novo ciclo, de redução paulatina, tem a ver com isso”.
As outras taxas directoras também baixam na mesma magnitude que a de juro de referência. Ou seja, em 75 pontos-base. Sobre o Coeficiente de Reservas Obrigatórias, nada muda, e Rogério Zandamela diz que não era necessária a redução porque há dinheiro suficiente no sistema.
Fonte:O País