O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu reduzir a taxa
de juro de política monetária, taxa MIMO, de 15,00% para 14,25%. De acordo com o comunicado do órgão, tornado publica esta tarde, quarta-feira, 31/07, “a decisão é
sustentada pela contínua consolidação das perspectivas de inflação em um dígito, no médio
prazo, num contexto em que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções mantém-se favorável”
O CPMO observa que as perspectivas de inflação se mantêm em um dígito no médio prazo. Em Junho de 2024, a inflação anual manteve-se estável, ao fixar-se em 3,0%, após 3,1% em Maio, sendo que, para o médio prazo, mantêm-se as perspectivas de uma inflação em um dígito, reflectindo, essencialmente, acrescenta o CPMO, a estabilidade do Metical e o impacto das medidas tomadas pelo órgão.
O Banco de Moçambique perspectiva um crescimento económico moderado, para o médio prazo. “No médio prazo, perspectiva-se que a actividade económica cresça de forma moderada, apesar da prevalência de incertezas quanto aos impactos dos choques climáticos na produção agrícola e infra-estruturas diversas”. Lê-se no comunicado.
Acrescenta que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação mantém-se favorável. Destacando-se-como possíveis factores de contenção da inflação, no médio prazo, a estabilidade do Metical e dos preços das mercadorias no mercado internacional, apesar da contínua pressão sobre o endividamento interno, das incertezas quanto ao impacto dos choques climáticos e da prevalência dos conflitos geopolíticos.
Numa outra perspectiva, o Banco de Moçambique alerta para o facto de a pressão sobre o endividamento público interno mantér-se elevada. Elucida que, “ o endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 377,9 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 65,6 mil milhões em relação a Dezembro de 2023”
O Banco de Moçambique diz que o actual ciclo de redução da taxa MIMO vai continuar. “O CPMO continuará a reduzir a taxa MIMO, com vista à sua normalização no médio prazo”, embora o ritmo e a magnitude desses ajustamentos irao depender das perspectivas da inflação, bem como da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projecções do médio prazo.
Fonte: O Económico
