FMB acusa FPD de desvio de aplicação dos fundos da TotalEnergies

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A Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB) acusa o Fundo de Promoção Desportiva (FPD) de ter feito desvio de aplicação mais de 1,2 milhões de dólares, o equivalente a mais de 80 milhões de Meticais, valor desembolsado pela multinacional TotalEnergies para o apoio à selecção sénior feminina de basquetebol.O valor, segundo o FPD, serviu para custear as despesas da delegação moçambicana nos Jogos Olímpicos, facto que viola o acordo estabelecido entre as partes.Os pronunciamentos do secretário de Estado do Desporto, Gilberto Mendes, nesta segunda-feira, em relação ao que antecedeu a viagem da selecção para o México, a fim de participar na janela de pré-qualificação para o Mundial de basquetebol, em que dizia que a FMB deve organizar e planificar melhor as suas actividades, não caíram bem!Na mesma reacção, o dirigente disse que “não podemos, toda a hora, estar à espera de concorrer a determinados cargos e, depois, passarmos as responsabilidades para os outros. Nós temos uma federação que é responsável pelo basquetebol e por tudo o que acontece na modalidade, sucessos e insucessos. As falhas devem ser assumidas pela entidade que rege a modalidade”, anotou Gilberto Mendes.Sobre os factos, a Federação Moçambicana de Basquetebol tem a sua versão. O vice-presidente da FMB, César Tique, explica todos os contornos que estiveram à volta do pré e pós-viagem da selecção nacional ao México.Tique esclarece que a viagem tardia se deveu ao facto de o Fundo de Promoção Desportiva não ter libertado o valor desembolsado pela Total para apoiar a selecção, avaliado em 1,2 milhões de dólares, o equivalente a mais de 80 milhões de Meticais.“Acertou-se tudo com a Total. Durante o processo negocial com a Total, ficou acordado que iria canalizar os fundos para uma instituição governamental e não à Federação Moçambicana de Basquetebol. Nesse sentido, canalizou o valor através do Fundo de Promoção Desportiva e nós não recebemos o dinheiro. Esse facto condicionou a nossa planificação, tendo em conta que, a dado momento, recebemos a informação de que não iríamos mais ao estágio”, explica.Esclarece, ainda, que o FPD justificou que o dinheiro alocado pela TotalEnergies serviu para custear as despesas da participação do país nos Jogos Olímpicos, o que viola o acordo estabelecido com a petrolífera francesa. O acordo entre a TotalEnergies e SED foi assinado em Novembro de 2022.Não havendo disponibilidade do valor, a FMB teve, segundo explica César Tique, de estudar outras formas para viabilizar a ida da selecção nacional ao México, indo ao mercado em busca de parceiros para, pelo menos, assegurarem o pagamento das passagens de uma parte das jogadoras. A FMB fez a divisão do grupo, sendo que um viajaria na sexta-feira e outro no sábado.Uma parte das jogadoras deslocou-se ao Aeroporto Internacional de Maputo a fim de seguir viagem para o México, facto que não aconteceu. Sobre esse assunto, César Tique explica que havia expectativa de que, naquele mesmo dia, haveria disponibilidade das passagens.“A nossa colega da federação, Telma Manjate, esteve numa das agências de viagem desde as primeiras horas do dia até à noite, à espera da confirmação do Fundo de Promoção Desportiva sobre as passagens. O FPD garantiu que iria assegurar o pagamento das passagens. É por essa razão que o grupo que iria viajar na sexta-feira se deslocou ao aeroporto, na perspectiva de que, a qualquer momento, as passagens estariam disponíveis”, anota o dirigente.Esse facto não aconteceu, porque, segundo explica, a referida agência de viagens não aceitou disponibilizar as passagens, tendo em conta que o FPD tem uma dívida enorme com a instituição. Diante disso, a FMB foi obrigada a cancelar a viagem, o que teve implicações para a selecção nacional.“Esta confusão toda fez com que uma das nossas melhores jogadoras e principal poste, Tamara Seda, desistisse de seguir viagem com a selecção. Tentámos persuadi-la de todas as formas. Inclusive, algumas antigas praticantes e a nossa capitã, ingvild Mucauro, fizeram de tudo para que ela reconsiderasse a sua decisão, mas não foi possível”, explica César Tique.O jornal O País contactou o Fundo de Promoção Desportiva, através da sua directora, Amélia Cabral, para colher a sua reacção em relação ao assunto, mas não respondeu às chamadas e mensagens

Fonte:O País

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