Especialistas alertam sobre “uma oportunidade de mercado” para reestruturar a dívida do Barcelona

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O financeiro Marc Ciria e o economista Ivan Cabeza, renomados especialistas nas finanças do FC Barcelona, apresentaram nesta quinta-feira um plano econômico, segundo o qual existe uma “oportunidade de mercado” para reestruturar a dívida do clube.

Isso se deve ao fato de que “as taxas de juros estão baixando”, “as condições de endividamento a longo prazo são favoráveis”, “a inflação está sendo controlada” e “a liquidez das entidades aumentou”. No entanto, insistiram na necessidade de “fazer isso agora”, pois o mercado antecipa uma “recessão” no futuro.

Em uma palestra intitulada ‘Soluções financeiras para o FC Barcelona’, Ciria apresentou uma proposta de reestruturação da dívida de 800 milhões de euros para quinze anos, com dois anos de carência até a plena exploração do Spotify Camp Nou, com múltiplos credores para enfrentar os “diversos vencimentos insustentáveis, como os 586 milhões de euros em 2028”.

Cabeza analisou a situação atual da entidade, que segundo seu diagnóstico passou “de um círculo virtuoso a um círculo vicioso”, já que “as despesas ordinárias são muito superiores às receitas ordinárias” e há uma “dívida desmedida”.

“Desde 2017, perdemos um bilhão de euros em despesas no exercício ordinário”, lembrou o economista, que situou a dívida bruta da entidade em 2,777 bilhões de euros, um valor que se situa em 2,440 bilhões de dívida líquida, incluindo o Espai Barça, e cerca de 1 bilhão sem ele.

Essa espiral levou o clube a um maior endividamento para enfrentar pagamentos, à venda de patrimônio e à necessidade de antecipar receitas futuras, uma receita que afetou a liquidez da entidade, que tem menos capacidade para devolver a dívida e investir.

Dessa forma, segundo Cabeza, o Barcelona enfrenta três ameaças: as obrigações creditícias “impossíveis de cumprir” que colocam em risco o modelo de propriedade do clube, a perda de verticais de negócios próprias que “descapitalizam o clube” e o afastamento competitivo em relação aos grandes times a nível mundial, que têm “recursos ilimitados”.

Nessa situação, Ciria apresentou o plano de reestruturação da dívida de 800 milhões para quinze anos, que colocou à disposição do clube em um contexto internacional que representa “uma oportunidade única”.

“O Barça está buscando 100 milhões de euros para pagar os salários. Isso não responde a um plano econômico. As dívidas nos têm contra a parede”, lamentou.

O financeiro alertou que em 2028 ocorrerá “um vencimento impagável de 586 milhões de euros”, por isso o Barça precisa se antecipar para que as condições do refinanciamento não sejam impostas.

Ciria defendeu uma amortização do empréstimo do Goldman Sachs, com um diferimento imediato de 70 milhões de euros, e também propôs “uma nova emissão de títulos do Spotify Camp Nou, para 25 anos com um ‘rating’ BBB ou superior”.

“Contaria com uma emissão de 1,450 bilhões que permitiria amortizar a atual (7%), reduzindo a taxa de juros para 3,5% ou 4%, tornando a operação viável”, detalhou.

Por fim, Cabeza assegurou que é “pouco realista” pensar que o Barcelona vá contar com os 400 milhões de euros necessários para financiar a construção do novo Palau Blaugrana “a não ser que tenhamos uma contribuição diferente que a torne viável” ou se busquem outras “soluções imaginativas”.

Fonte: Besoccer

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