ENTREVISTA A BOLA Trincão: «Amorim sempre acreditou em mim e sei o que valho»

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Extremo revela como lidou com as críticas de que foi alvo na primeira metade do campeonato; apoio familiar fundamental para lhe dar alicerces a nível psicológico; termina a temporada como sendo um dos jogadores mais influentes da equipa

— Sendo sportinguista, como é que ficaram os batimentos cardíacos quando soube que o Sporting pretendia a sua contratação?

— Foi fácil. Foi fácil também porque sabia que o grupo era bom, sabia que o treinador era bom, porque já tinha estado com ele [no SC Braga], era um bom o clube e, claro, sempre tive esse desejo e acabou por se concretizar.

— No relançamento da carreira em Portugal fez 52 jogos, 13 golos e quatro assistências. Ficou satisfeito com essa prestação?

— Talvez em termos coletivos não tenha sido aquilo que esperávamos. Individuais também procuro sempre mais e melhor, mas acredito que deu também experiências a todos nós, difíceis, mas que fez com que nos uníssemos mais para poder esta época fazer aquilo que fizemos.

— Terá sido uma rampa de lançamento para o sucesso deste ano?

— Acredito que sim, acho que, às vezes, é melhor perder para se ganhar, como diz a Mariza [risos].

— Esta época acaba por ser um dos jogadores mais influentes da equipa, mas não começou assim. Até dezembro estava apagado, os adeptos descontentes, ouviu críticas. O que é que aconteceu?

— É futebol. Às vezes tentamos e não conseguimos, continuei a ser sempre o mesmo, as coisas acabam por sair, acabam por fluir e, como disse, é futebol. Ninguém consegue ter, acredito, fases de anos e jogos a jogar sempre bem, é normal, acabei por conseguir consolidar-me na equipa, jogar, porque também não estava a ter os minutos que queria e depois é futebol, as coisas acabam por correr.

— Como lidava com isso? Tinha um grande apoio familiar?

— Sim, sem dúvida. Tive a família, amigos, mesmo os adeptos sempre acreditaram em mim, por muito que, e era normal, exigissem de mim, e de qualquer um de nós, sempre tive muita consciência de que sabia que se jogasse e tivesse tempo ia conseguir dar a volta e fazer aquilo que eu queria, portanto, levo isso muito tranquilo.

— Rúben Amorim defendeu-o sempre, por várias vezes em público. Considera que o treinador tinha mais confiança em si do que você?

— Ele teve sempre muita confiança em mim, mas eu também sempre tive a certeza de que era capaz de fazer as coisas, porque sei aquilo que valho e sei da minha qualidade. Acreditava que era só uma questão de tempo.

— Então sabendo da sua qualidade, do seu talento, quando ouvia contestação por parte dos adeptos ficava magoado?

— Não. Acredito que no futebol é normal, o próprio Cristiano e o Messi passaram por isso, não vou passar eu? Vamos passar todos, faz parte do futebol, aceito muito bem a exigência dos adeptos e do Sporting, que querem sempre ganhar e querem sempre o melhor. Sou mais um para ajudar e enquanto depender de mim vou fazer o máximo para que eles estejam felizes, é isso que é o meu trabalho.

— Em janeiro, ano novo, vida nova e um Trincão explosivo.

[Risos] É verdade. Era o que estava a dizer, comecei o ano bem, entrei contra o Estrela da Amadora e fiz golo, acho que isso deu-me um bocadinho mais de confiança e, a partir daí, foi sempre a subir.

— Que mensagem lhe foi passando Rúben Amorim ao longo das semanas?

— Sempre acreditou em mim, sempre me deu confiança, disse para estar tranquilo, não me preocupar com as coisas. Sabia que tive sempre a confiança dele, sabia que ia-me dar a oportunidade de jogar e acho que isso é a maior prova de confiança que um treinador pode dar a um jogador. O mister sempre me deu essa confiança, portanto, só tento retribuir.

— É um treinador assim tão chatinho como disse Pedro Gonçalves recentemente?

— É um bocadinho [risos]. Mas é porque quer ganhar a todo o custo e acho que quem quer ganhar a todo o custo, por muito difícil que seja, há que fazer sacrifícios, há que dar-nos na cabeça, há que não nos deixar ir abaixo, portanto, é normal.

Neto, um dos capitães de equipa, referiu-se a si como o destaque da época, realçando os seus números, jogadas e tudo o que deu à equipa. E teve expressão curiosa, que lhe peço para comentar: «Trincão faz uma assistência e fica como uma criança a comer um Kinder».

[Risos] É bem capaz, não sei, talvez quando as coisas me correm bem acabe por mostrar um bocadinho mais de emoção.

— Tal como o sorriso em campo, a alegria que voltou a ter, é isso?

— Sim, sim, sim… Sempre fui um bocadinho também sorridente, mas acho que até fica engraçado [risos].

Fonte: A Bola

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