“A melhor defesa de Vini contra o racismo é estar entre os melhores do mundo”

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Didier Drogba, lendário atacante marfinense e ex-jogador do Chelsea, disse que a maneira que Vinícius Jr. tem de se defender dos ataques racistas é “estar entre os melhores do mundo” e alertou que nessa luta é essencial o envolvimento dos governos.

Drogba, que pendurou as chuteiras em 2018 aos 40 anos e atualmente é vice-presidente da ONG ‘Paz e Esporte’, fez essas declarações na quinta-feira à EFE antes de participar de um evento na sede da Unesco sobre o papel que os atletas de elite podem ter na promoção da paz.

“Vinícius terá que se armar de coragem e continuar a render ao máximo porque, por enquanto, é a única maneira de se defender, estando entre os melhores do mundo”, disse o ex-jogador, que também atuou pelo Marselha e pelo Galatasaray, e que em outubro passado, durante o gala da Bola de Ouro de 2023, agradeceu pessoalmente ao atacante do Real Madrid por sua luta contra o racismo.

Drogba, que sofreu episódios de racismo como jogador, como na Turquia, reconheceu que é “difícil” estar na pele de Vinícius, que rompeu em lágrimas em uma recente entrevista coletiva antes de um Espanha-Brasil, impotente pelos insultos racistas que recebe.

“O que Vinícius está vivendo hoje é também resultado do mundo globalizado em que estamos, das redes sociais, das pessoas que se escondem nos seus telefones celulares para dizer coisas desagradáveis, para incitar ao ódio. Infelizmente, são necessárias medidas fortes a esse respeito”, acrescentou.

O ex-jogador, vencedor da Liga dos Campeões em 2012 com o Chelsea, instou “todas as instâncias” envolvidas no futebol a serem firmes e, principalmente, exigiu o compromisso dos governos.

“Os governos precisam se envolver na punição dos atos racistas, porque a FIFA pode decidir punir, a UEFA também, mas sem os Estados, sem a ação dos governos, se não se envolverem, é difícil implementar qualquer coisa”, alertou o ex-jogador africano.

Sobre os casos dos brasileiros Daniel Alves e Robinho, ambos condenados por estupro na Espanha e na Itália, respectivamente, Drogba expressou que, assim como o racismo, esses episódios são um reflexo problemático da sociedade atual e lamentou “a má imagem” que esses casos deram ao esporte-rei.

“Foram jogadores que tiveram grandes carreiras, mas esses episódios mostram que todos somos humanos, com fraquezas. É algo que pode acontecer e é triste reconhecer. A vida não é apenas ter sido um grande jogador”, enfatizou.

Fonte: Besoccer

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