O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, declarou nesta sexta-feira que a identificação da primeira infecção do subtipo 1b de Varíola M, ou mpox, na Suécia, ressalta a necessidade de os países afetados combaterem o vírus em conjunto.
Tedros Ghebreyesus pediu que todos as nações melhorem a vigilância, o compartilhamento de dados e trabalhem para compreender melhor a transmissão.
Disseminação mais rápida e fatal
Além disso, ele defendeu que para lidar com o surto atual é preciso apostar no compartilhamento de vacinas e na aplicação das lições aprendidas em outras emergências de saúde pública de interesse internacional.
O surto grave e crescente na República Democrática do Congo de uma nova estirpe viral, que surgiu pela primeira vez em setembro de 2023, se expandiu para fora do país. Ainda assim, a OMS não recomendou o fechamento das fronteiras.
Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira, a porta-voz da agência, Margaret Harris, disse que o vírus está se espalhando mais rapidamente do que antes e com uma alta taxa de mortalidade.
Segundo ela, a infeção é particularmente perigosa para aqueles com sistema imunológico fraco e para crianças pequenas. Atualmente não existe tratamento específico para a doença, mas intervenções de suporte ajudam os pacientes a sobreviver.
Corrida por vacinas
A especialista afirmou que a OMS iniciou um processo de listagem de emergência para que as vacinas pudessem ser fornecidas a países que não dispõem de estrutura regulatória.
Ela disse ainda que os fabricantes de imunizantes precisam expandir a produção, pois essa, apesar de não ser a única ferramenta para responder à crise é a “mais importante”.
Harris comentou sobre duas vacinas para a doença. A primeira delas é a MVA-BN, produzida pela Bavarian-Nordic. A empresa possui 500 mil doses disponíveis e informou que pode produzir 2,5 milhões de doses adicionais em um curto espaço de tempo.
A segunda vacina é a LC16, produzida pela KM Biologics. De acordo com a OMS, o governo japonês detém um grande estoque deste imunizante, e parte dele poderá ser doado.
Transparência sobre a transmissão
A porta-voz da agência da ONU reiterou que a varíola M se espalha por meio de contato pessoal próximo, geralmente quando as bolhas causadas pela doença estão visíveis ou quando estouram.
Por isso, a especialista ressaltou a importância de rastrear contatos pessoais de modo a impedir uma maior propagação. Harris disse ainda que a identificação de um caso na Suécia demonstrou que o sistema de vigilância e rastreamento funcionou.
Ela parabenizou a Suécia por ter sido transparente no primeiro caso identificado e disse que outros países deveriam seguir o seu exemplo.
Segundo autoridades de saúde do país nórdico, a pessoa foi infectada durante uma estadia numa área da África onde existe atualmente um grande surto de mpox do tipo clade 1.
Fonte: ONU