O julgamento do caso de corrupção que envolve o antigo Presidente da África do Sul Jacob Zuma e uma empresa francesa é retomado esta quinta-feira no Tribunal Superior de Pietermaritzburg, na província de Kwazulu-Natal.
Zuma e a empresa Thales enfrentam 16 acusações relacionadas com o negócio de compra de armas, em 1999. Na altura, Jacob Zuma era vice-presidente da África do Sul.
O julgamento é retomado depois de, recentemente, o Supremo Tribunal de Apelação ter rejeitado a tentativa de Zuma de anular a decisão de invalidar o processo particular que pretendia mover contra o procurador Billy Downer e uma jornalista sul-africana.
A manutenção do processo implicaria o adiamento do reinício do julgamento do caso de corrupção que envolve o ex-Presidente e a empresa francesa de armamento.
O Ministério Público sul-africano diz que vai pressionar para que o julgamento prossiga, depois de tantos adiamentos, causados por inúmeros recursos interpostos por Jacob Zuma.
No entanto, legalmente, o antigo Presidente ainda tem espaço de manobra para continuar a solicitar a retirada do procurador Billy Downer do processo, apesar de as chances de sucesso serem ínfimas.
Zuma acusa Downer, entre outras, de parcialidade e de ter vazado documentos confidenciais sobre o estado de saúde do antigo Presidente.
No meio deste longo processo, o juiz Piet Koen retirou-se, alegando que poderia haver parcialidade na forma como o caso foi tratado.
Disse ainda ser do interesse da justiça que ele se retirasse do caso. No seu lugar, foi nomeado o juiz Nkosinathi Chili.
No início do julgamento, em Maio de 2021, Jacob Zuma e a empresa francesa de armamento declararam-se inocentes das acusações de extorsão, fraude, evasão fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção.
Segundo a acusação, Jacob Zuma recebeu cerca de oitocentas transacções financeiras, entre 1995 e 2004, totalizando mais de quatro milhões de rands, o equivalente a mais de catorze milhões de meticais. (RM)
Fonte:Jornal Notícias
