Joseph Kabila assegura: O diálogo na RDCongo é permanente

O PRESIDENTE da República Democrática do Congo esteve domingo de visita oficial à África do Sul. Uma visita de um dia para discutir as trocas comerciais, a cooperação energética e de desenvolvimento de infraestruturas entre os dois países. Uma visita que acontece em plena turbulência para Joseph Kabila.

O Presidente sul-africano foi um típico anfitrião africano. Polido e diplomata, felicitou o homólogo congolês para uma transição política bem-sucedida. “A RDCongo de 2017 não é a de 2004. A situação política é estável, e a situação de segurança melhorou”, disse Jacob Zuma.

Zuma limitou-se a acrescentar que Kabila tinha que continuar o diálogo e que devem ser os próprios congoleses a encontrar a solução dos seus problemas.

O Chefe do Estado congolês agradeceu o papel da África do Sul para os sucessos que a RDCongo obteve nos últimos 15 anos e reconheceu que o seu país ainda enfrenta enormes desafios. Dificuldades próprias de situações de pós-conflito, disse ele, acrescentando que o diálogo entre o seu Governo, a oposição e a sociedade civil “era permanente”.

“Sempre disse, o diálogo no Congo é permanente. Temos sempre usado o diálogo como instrumento de governação e assim será”, assegurou.

“Mas é preciso haver um objectivo nesse diálogo. E o objectivo do diálogo que tivemos é um Governo de unidade nacional, organizarmos as eleições em conjunto, enquanto país, enquanto partidos políticos e sociedade civil. E quero vos dizer que temos sempre isso em mente e em vista”.

O Presidente congolês não clarificou, no entanto, se essa eleição seria realizada antes do final do ano, como o recomendado pelo acordo assinado a 31 de Dezembro de 2016.

O Acordo de S. Silvestre, assim denominado pela data da sua assinatura, estipula também a manutenção de Kabila na presidência – o seu segundo e último mandato terminou naquele Dezembro -, até à eleição de um sucessor, coabitando, porém, com um Governo de unidade nacional, chefiado por um elemento da oposição. – RFI