Crise política na Guiné-Bissau: PR admite eleições antecipadas

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A CRISE na Guiné-Bissau vai para o seu segundo ano e nenhuma iniciativa de solução deu até agora resultado. Perante o impasse persistente, o Chefe do Estado bissau-guineense admite convocar eleições. A ideia não é nova, mas é a primeira vez que José Mário Vaz faz referência dela.

O Presidente da Guiné-Bissau pediu segunda-feira unidade aos bissau-guineenses e admitiu convocar eleições caso não seja encontrada uma solução para o impasse político em que o país vive.

“Peço unidade em todas as religiões da nossa terra, unidade entre os titulares dos órgãos de soberania, unidade entre líderes de partidos políticos, entre todas as tribos da Guiné-Bissau”, afirmou José Mário Vaz, num discurso proferido num encontro com os líderes muçulmanos, no âmbito do final do Ramadan.

O Chefe de Estado bissau-guineense salientou a necessidade de haver união devido aos desafios que o país vai enfrentar nos próximos 90 dias, incluindo com a saída da força de interposição da CEDEAO, a Ecomib, do país em Outubro.

Outro desafio, para José Mário Vaz, é alcançar um entendimento entre os partidos, “sobretudo PAIGC, PRS e Grupo dos 15”, e encontrar uma solução para o Governo.

O Presidente avisou, contudo, que se não houver entendimento vai devolver o “poder ao seu dono”, que é o povo.

“Se não conseguirmos chegar a uma solução entre nós, eu, como Presidente da República, devolvo o poder ao seu dono e o dono do poder é o povo. Devolvo o poder ao povo da Guiné-Bissau para escolher quem devem escolher”, disse.

Assumindo que tem dinheiro para financiar escrutínio, o Presidente afirmou que se os bissau-guineenses quiserem hoje eleições que chama a Comissão Nacional de Eleições, “porque há dinheiro para ir a eleições”.

ACORDO DE CONACRI

Comentando estas declarações, o líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) lamentou que o Presidente “só chegue a esta conclusão agora” e reiterou a necessidade de ser cumprido o Acordo de Conacri, que prevê a formação de um Governo consensual com todas as forças políticas com assente no parlamento.

“ (…) Quando o Presidente começou por invocar a existência de uma nova maioria chamou-se-lhe a atenção que o dispositivo constitucional dá-lhe como competência convocar eleições para validar a representatividade. Não o quis fazer”, considerou Domingos Simões Pereira.

Para o ex-chefe do Governo bissau-guineense, demitido em 2015, José Mário Vaz “demarca-se, mais uma vez, do Acordo de Conacri e confronta todas as entidades e o próprio povo”.

“Diz que vai devolver a palavra ao povo, mas na verdade está a confrontar o povo, porque recusa a implementação da Constituição e agora também se demarca do Acordo de Conacri”, criticou. – LUSA

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/internacional/68956-crise-politica-na-guine-bissau-pr-admite-eleicoes-antecipadas.html

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