Agitação na Venezuela: Maduro alerta para possibilidade de guerra

AS Forças Armadas venezuelanas foram colocadas em alerta, depois que o Presidente Nicolás Maduro denunciou um “ataque terrorista” com granadas lançado por um helicóptero como parte de um suposto plano de golpe de Estado. A situação é uma nova escalada da violência que deixou 76 mortos em quase três meses de protestos da oposição.

Nicolás Maduro alertou terça-feira que ele e apoiantes irão pegar em armas caso o seu Governo seja derrubado por oponentes que desde Abril protestam nas ruas.

“Digo ao mundo, e espero que o mundo escute após 90 dias de protestos, destruição e mortes”, disse Maduro em referência à agitação anti-governo.

“Caso a Venezuela seja afundada no caos e violência e a Revolução Bolivariana seja destruída, iremos ao combate. Nunca iremos desistir (…) iremos libertar a pátria com armas.”

Maduro, de 54 anos, falava em comício para promover uma votação em 30 de Julho próximo para um super órgão especial chamado de Assembleia Constituinte, que pode reescrever a Constituição e substituir outras instituições, como o Congresso (Parlamento), controlado pela oposição.

O Presidente promove a Constituinte como única maneira de levar paz à Venezuela. Mas a oposição, que exige eleição presidencial antecipada, diz ser uma votação fraudulenta feita para manter os socialistas no poder. O mandato de Maduro vai até 2019. O seu sucessor deve ser eleito no final de 2018.

Os líderes da oposição chamam Maduro de um ditador que destruiu uma economia que já foi próspera, enquanto o presidente os chama de violentos líderes golpistas.

O Governo venezuelano denunciou um ataque, com “cerca de 15 disparos”, ao Ministério do Interior e o Supremo Tribunal, “onde foram efectuados disparos e lançadas pelo menos quatro granadas”. Os ataques, de terça-feira, foram executados a partir de um helicóptero furtado de uma base militar em Caracas, por um inspector adstrito à divisão de transporte aéreo da polícia científica (CICPC).- LUSA/SWISSINFO