Transnet e o Novo Terminal de GNL de Matola: Uma solução para a crise de Gás na África do Sul

0
9

A África do Sul enfrenta uma crise iminente no fornecimento de gás natural, conhecida como o “precipício do gás”. Esta situação resulta da esperada queda na produção dos campos de gás de Pande e Temane, em Moçambique, que actualmente fornecem cerca de 90% do gás natural consumido pela África do Sul, principalmente para fins industriais. Estima-se que, até 2026, esses campos se esgotem, levando a uma interrupção no abastecimento de gás por parte da Sasol, o que poderá impactar 70.000 empregos e mais de R500 mil milhões em produção industrial.

Para mitigar este cenário, a Transnet Pipelines está a liderar vários projectos que visam adaptar a infraestrutura de gasodutos existente para o transporte de Gás Natural Liquefeito (GNL). Entre esses projectos está o Terminal de Energia Zululand, em Richards Bay, cujo objectivo é garantir que o GNL chegue aos mercados internos sul-africanos até 2027.

Além disso, Moçambique desempenha um papel central na solução, através do desenvolvimento do Terminal de GNL de Matola, um projecto liderado pela Beluluane Gas Company (BGC), em parceria com a Gigajoule e a TotalEnergies. Este terminal, previsto para entrar em operação em 2026, contará com uma unidade de armazenamento flutuante*que permitirá a recepção de GNL de várias fontes, fornecendo gás a Moçambique e à África do Sul via o gasoduto Rompco

Outro componente importante dos planos da Transnet é o reaproveitamento do gasoduto Lilly, que actualmente transporta metano de Secunda para Durban. Este gasoduto será adaptado para permitir a circulação bidireccional de GNL, aumentando assim a capacidade de fornecimento e segurança energética da África do Sul. Este esforço pretende assegurar a continuidade do fornecimento e evitar a “desindustrialização” que poderia resultar da escassez de gás.

A falta de gás natural na África do Sul representa uma ameaça não só para a indústria, mas também para a economia no geral. Sectores como o químico, o aço, o vidro e o alimentar são profundamente dependentes do gás natural. Qualquer interrupção prolongada no fornecimento de gás poderá levar ao encerramento de fábricas e à perda de milhares de empregos. Para mitigar esse risco, está a ser promovida a diversificação das fontes de GNL e a construção de infraestruturas capazes de garantir a segurança energética a longo prazo.

Fonte: O Económico

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu nome aqui
Por favor digite seu comentário!