Transformar a trajectória de crescimento da África Subsariana: Investimento e reforma como chaves para o futuro

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A África Subsariana enfrenta um momento crucial para definir a sua trajectória de crescimento. Com a população da região a crescer rapidamente, surgem desafios relacionados com a infraestrutura inadequada, baixa produtividade e dívidas públicas elevadas. No entanto, o crescimento demográfico pode ser transformado numa vantagem se forem implementadas as políticas corretas e realizados os investimentos necessários.

Crescimento demográfico e desafios infraestruturais

Com um crescimento populacional estimado em milhões de novos habitantes nas próximas décadas, a África Subsariana terá de enfrentar as exigências sociais e económicas de uma população cada vez mais jovem. Este crescimento demográfico, embora traga consigo oportunidades de desenvolvimento, pressiona ainda mais as infraestruturas defasadasda região, especialmente no que toca a redes de energia, estradas e telecomunicações. Sem uma infraestrutura adequada, a região não consegue aumentar a sua produtividade e, consequentemente, continua a depender de sectores primários como a exportação de matérias-primas, perpetuando o ciclo de subdesenvolvimento.

Investimentos privados e o papel dos Bancos Multilaterais

O artigo da Bridgewater defende que o caminho para mudar a trajectória de crescimento da África Subsariana passa pelo aumento significativo dos investimentos privados, tanto internos quanto externos. No entanto, o investimento privado enfrenta barreiras estruturais, como o ambiente de negócios volátil e os elevados níveis de corrupção. Para atrair esses investimentos, será fundamental que os governos da região implementem reformas profundas que melhorem a governança e tornem o mercado mais estável e previsível.

Os bancos multilaterais de desenvolvimento desempenham aqui um papel crucial. Instituições como o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento são essenciais para alavancar os recursos financeiros necessários para grandes projectos de infraestrutura. Através de parcerias público-privadas, estes bancos podem mobilizar capital privado e garantir que os projectos são implementados de forma eficiente e sustentável. A experiência dessas instituições em países em desenvolvimento também pode ajudar a mitigar os riscos financeiros para investidores internacionais, proporcionando-lhes um ambiente de investimento mais seguro.

Infraestrutura e produtividade

Uma das maiores barreiras ao desenvolvimento económico na África Subsariana é a baixa produtividade. Sem uma indústria desenvolvida ou cadeias de valor complexas, os países da região permanecem dependentes da exportação de matérias-primas, o que os torna vulneráveis às flutuações dos preços globais. Para aumentar a produtividade e diversificar a economia, é necessário investir em infraestruturas físicas, como estradas, portos e redes de energia, bem como em infraestruturas digitais, que possibilitem o crescimento de novas indústrias e o aumento da competitividade.

Educação e capacitação técnica

Além das infraestruturas físicas, o artigo sublinha a importância do investimento em capital humano. A população jovem e crescente da África Subsariana pode ser transformada numa força de trabalho altamente produtiva, desde que sejam feitos investimentos substanciais em educação e capacitação técnica. As reformas no sector da educação devem preparar os jovens para os desafios tecnológicos e para os empregos do futuro, particularmente em áreas como ciência, tecnologia e engenharia.

A aposta em educação de qualidade é uma das maneiras mais eficazes de aumentar a produtividade a longo prazo. Além disso, programas de formação técnica podem capacitar os trabalhadores para ocuparem empregos em sectores de valor acrescentado, contribuindo para a diversificação das economias africanas e promovendo um desenvolvimento mais inclusivo.

Recomendações de política

O artigo conclui que, para mudar a trajectória de crescimento da África Subsariana, serão necessárias “políticas coordenadas” que estimulem o crescimento sustentável e inclusivo. Algumas das principais recomendações incluem:

Fonte: O Económico

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